É bem difícil acreditar que, em pleno Século XXI, com tantos progressos em termos de ciência, inovação e tecnologia, onde a engenharia sempre entra com grandes e valorosas contribuições, que a dragagem de aprofundamento e o alargamento do canal de acesso ao Porto de Santos, no litoral paulista, esbarrem, para o seu prosseguimento, em questões ambientais.
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Isso não significa dizer que o tema é secundário ou de menor valor; ao contrário, sem o respeito ao meio ambiente é que chegamos à encruzilhada em que a humanidade se encontra hoje. Por isso, causa estupor ver que tais serviços no complexo portuário responsável pela maior fatia da balança comercial do País não estejam totalmente cobertos nesse quesito.
Importante reproduzir alerta do Ministério Público Federal, feito em 2015: "A erosão provocou perda de significativa faixa de areia das praias após o ano de 2010, quando iniciou o processo de dragagem para aprofundamento e alargamento do canal do Porto de Santos. A perda de faixa de areia já provocou o afloramento de tubulações de água e energia que estavam sob a areia da praia, além de danos que obrigaram o município a retirar equipamentos públicos que estavam há décadas no local, como torre de iluminação, e, também, a bloquear o acesso de escadas à praia, bem como aumentar a mureta e adicionar proteção de pedras."
O que se apresenta, hoje, é que o serviço não pode continuar porque pode causar danos maiores à cidade portuária. Será que não existe tecnologia e procedimentos que evitem esses efeitos colaterais?
O que a diretoria da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) tem a dizer a respeito?