A sociedade política existe com a finalidade das nobres ações ( Aristóteles)
A tragédia das chuvas sobre o Rio Grande do Sul, com muitas mortes e perdas incalculáveis, expõe uma situação carente de medidas corretivas, do político às providências de engenharia. Oito meses atrás, as enchentes no Vale do Taquari causaram a morte de 50 pessoas. Portanto, menos discursos politiqueiros e mais ações de engenharia. É preciso planejar o futuro com um olho na história e o outro na ciência.
Foto: Agência Brasil/Divulgação
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Há três razões para um sistema hídrico transbordar: 1) chuvas intensas; 2) impermeabilidade dos solos e 3) drenagens insuficientes, decorrentes de rios e lagos assoreados. Essas três razões isoladas ou combinadas podem criar a catástrofe e, nesse caso atual, ocorreram as três simultaneamente. O Rio Guaiuba ultrapassou a marca de 4,5 metros, no Cais Mauá. Há um histórico de enchentes no Rio Grande do Sul.
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À exceção da primeira razão, consequência de fenômenos naturais, como é o caso do La Niña que provocou as chuvas do sul e de previsibilidade meteorológica, obras mitigam as outras duas. Na cidade, quando mais impermeabilizada, a água não infiltra e chega rápido no corpo d’água, enchendo-o. Esse trecho assoreado não dá conta da vazão, transborda e inunda. Como o assoreamento é invisível e essas obras não trazem visibilidade, o gestor público tende a não manter os rios dragados, como devem ser.
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Um programa regular e efetivo de desassoreamento é fundamental para manter os rios com vazão máxima. Especialmente no Rio Grande do Sul, cuja superfície de água é relevante, o cuidado deve ser redobrado. Há engenharia para mitigar essa ameaça terrível. Complementarmente, conter a água a montante. Por falta de medidas baseadas na ciência e de gestão pública eficaz, muitas vidas foram ceifadas.
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Outras tragédias por chuvas já atingiram o Rio Grande do Sul. Como já divulgado pela imprensa: nada do que ora acontece deixou de ser previsto pela ciência. Medidas preventivas adequadas, ainda que não contenham o fenômeno da natureza, evitam mortes e reduzem os prejuízos materiais. Trata-se de políticas e gestão adequadas.
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