Sexta, 22 Novembro 2024

O território é equipado para facilitar a sua circulação. (Milton Santos)

A Secretaria de Assuntos Portuários de Santos há muito deveria ter ampliado o debate do projeto Valongo Paquetá, que vem sofrendo graves críticas sobre o impacto que a intenção da obra política vai causar na logística do principal porto do Brasil. Vai afunilar, mais ainda, a única via para escoar o fluxo rodoviário e ferroviário. Isto, por falta de visão e não por falta de espaço. Portogente mostra, no veja mais abaixo, um projeto que foi interrompido no processo de estatização do porto e possibilita ampliar.essas faixas de rolamento. Com soluções de engenharia, urbanismo e logística.

Dad 17AGO2023Museu marítimo de Roterdam.

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Descaracterizar e agregar resistência com congestionamentos e lentidão é um caos logístico, gera baixa produtividade portuária e condena o futuro. Além disso, é preciso também focar o lado cultural e turístico do projeto anunciado, para que seja expressa e garantida com qualidade a relação que a cidade tem com o seu porto e vice-versa. O que se tem hoje, nesses campos, está desalinhado com a história e com a sociedade em rápida transformação. Estão postas uma oportunidade e a abrangência: cultural, turística e política do projeto Valongo Paquetá:

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É um momento de ações técnicas-culturais em que a autoridade portuária deve ter protagonismo e não pode assistir indiferente o estrangulamento da logística do seu porto, ameaçando a sua competitividade. Além disso, um projeto porto-cidade de Santos deve percolar as universidades locais, como um mercado de ideias escrevendo a história para o futuro. Tampouco o grau de açodamento eleitoral justifica um projeto sem propósito de ampliar e engrandecer o futuro do porto, o principal do hemisfério sul.

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Construir um museu que expresse um diálogo permanente entre o presente e passado, que venceu a íngreme serra do Mar com um funicular construído no início do século XX, quando hoje não se consegue realizar, no trecho Valongo-Paquetá, uma pista ampliada, para não obstruir o crescimento do porto. Preservar e ativar o prédio abandonado da antiga estação da Estrada de Ferro Santos-Jundiai (EFSJ), que é parte da história da riqueza que construiu boa parte do Brasil e o Porto de Santos. Por onde embarcaram tantos imigrantes que impulsionaram o progresso da lavora brasileira. Além de um espaço de aprendizado, um lugar para sentir, compreender e compartilhar. Ser inclusivo e empático.

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Trens e carretas carregados com contêineres fluindo com agilidade ao largo, gente na praça e ao longo do porto, apreciando o presente produtivo e visitando o passado. Esta paisagem deve inspirar e balizar o Ministério Público, que esteve presente na audiência pública sobre o projeto Valongo-Paquetá, realizado na Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos – AEAS. Foram expostos problemas e soluções. Portogente vai conversar com aquela instituição.

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