O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las (Francis Bacon)
A disputa da eleição presidencial entre Lula e Bolsonaro segue intensa, com números surpreendentes e até possibilidade de ser resolvida no primeiro turno da eleição do dia 2 de outubro. No caso de ocorrer a vitória do PT, o novo governo vai encontrar o Porto de Santos com um cenário inacabado. Como consequência da ruptura, é uma oportunidade para uma modelagem alinhada aos padrões mais avançados do mundo. Do que já foi proposto, há muito acerto; Lula tem a simpatia do mercado financeiro e confiança de investidores estrangeiros.
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Depois que uma diretoria do Porto de Santos, o principal porto do hemisfério sul, em outubro de 2018, saiu algemada pela Polícia Federal, é inequívoca a urgência da sua reforma. Por tantas razões, estrutural e operacional, a proposta apresentada até agora como solução é insatisfatória e mal articulada. Haja vista os questionamentos sobre a relevante poligonal. Decerto, essa reforma precisa ter continuidade e não se trata de um projeto trivial. Hoje é a decisão prioritária, definindo metas a serem alcançadas no processo de solução, para o porto continuar expandindo.
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A aproximação e apoio à campanha do Lula, do engenheiro e economista Henrique Meirelles, um liberal convicto, sinaliza que a desestatização inadiável do porto é uma solução factível. No entanto, correções de rotas são necessárias, de modo a reformular soluções definidas e inadequadas. Como é o caso da ruidosa contratação da dragagem com a Van Oord por três anos e R$100 milhões mais cara, desatrelada do contrato de desestatização e com menor produtividade.
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Gestão portuária é uma atividade influenciada pela política, em toda parte do planeta, desde a época dos primeiros comércios oceânicos. Portanto, o êxito advém da boa conciliação do técnico e do político. Assim foram construídos e ampliados os principais portos mundiais. Ao se buscar equilíbrio e alinhamento da gestão com o negócio do porto e a região do Porto de Santos, é hora de debater soluções. Entre as quais, os limites à competência da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), transferindo a fiscalização, controle de qualidade e adequação tarifária dos serviços prestados, para a área das decisões regionalizadas.
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Esta pauta está focada no próximo governo Bolsonaro ou Lula, que será definido, no máximo, nos próximos 33 dias. Este debate é necessário à inteligência da situação e das ações. É hora de ressuscitar as coisas mortas, que nortearam a construção do Porto de Santos, para alcançar o futuro. A exitosa Companhia Docas de Santos também foi uma decisão sob intensas pressões políticas. Entretanto, com mediação competente, gerou o desenvolvimento econômico e social da mais pujante região do Brasil. A comunidade do Porto de Santos tem propostas e competência para fomentá-las.
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