Uma tendência interessante em curso nos portos urbanos é a sinergia entre as áreas portuária e mobilidade urbana
O Barriga Verde não é apenas um epíteto do povo catarinense pela participação vitoriosa na histórica Batalha do Riachuelo, mas é um orgulho e espírito de defesa das suas convicções, na construção patriótica do seu pujante Estado. É o que se assiste, atualmente, na defesa do Porto de Itajaí, ameaçado pelo projeto desastroso do Ministério da Infraestrutura (MInfra). Se o porto catarinense hoje compete com o principal porto do Brasil, por que mudar o certo pelo incerto?
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A proposta do MInfra implica novos contratos com duração de 30 anos e que podem ser embargo ao desenvolvimento do Porto. Portanto, não se trata de assunto trivial. Quanto à iniciativa de promover a reforma dos portos é indubitável e acertada. Entretanto, o programa de desestatização em curso é uma ameaça que não pode prosperar. Tampouco se justifica o atraso que ele promove há quase três anos no sistema portuário.
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Diferente das hipóteses que norteiam o projeto governamental, fundamentado no polêmico e criticado mundialmente modelo australiano, Itajaí defende 25 anos de sucesso, como Autoridade Portuária Pública Municipal. Com que interesse vai se mudar um time que está ganhando? A produtividade do porto de Itajaí ameaça a movimentação de contêineres do Porto de Santos. Além de ser distinta da concessão política obscura dos portos do Paraná.
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A prorrogação do Convênio de Delegação do Porto de Itajaí é certa, garantida pela mobilização e força política do Estado de Santa Catarina. E já ressoa em outros portos, como aconteceu, ontem, do município de São Sebastião protocolar em Brasília o pedido de municipalização do seu porto. Decisão governamental tem altas implicações políticas e a eleição de 2022 está no ar. A forte representação política do Estado quer o Porto de Itajaí municipal.
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Do discurso do candidato Jair Bolsonaro de alçar os portos brasileiros ao patamar dos asiáticos, pode ser dito com segurança que esse desnível aumentou absurdamente. Por isso e com o pouco o tempo que resta até outubro de 2022, abreviar soluções sem conflitos é o caminho certo. Aos catarinenses, sobre o Porto de Itajaí, a célebre frase do Almirante Barroso, na Batalha de Riachuelo: sustentar o fogo que a vitória é nossa.