Os ventos favoráveis anunciados pelo Ministério da Infraestrutura para fundir as agências de transportes Antaq e ANTT passam a mudar de rumo com velocidade. Tal fusão que se traduziria em correção do desacerto de origem, agora está ameaçada de recuo. O resultado agora sinalizado é um quadro de indicações políticas se sobrepondo ao mérito e competência.
Preocupa o fato de o recém-criado ministério, que substituiu o de Transportes, Portos e Aviação Civíl (MTPAC), estar, de novo, como há muitos anos, voltar a ser comandado pelo Partido Republicano (PR) de Valdemar da Costa Neto. Ou seja, tudo deverá ficar como está. Basta lembrar que hoje o partido tem um presidente laranja, por impedimento do antigo titular, que foi preso por práticas não republicanas.
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Manter a situação das duas agências desunidas vai desarmonizar o programa para os transportes terrestres e aquaviários, que continuarão sendo tratados por interesses políticos partidários, bem aquém de promover produtividade logística ao País. Tal realidade corrobora para manter interesses cartoriais em detrimento do conjuntural. Nunca é demais lembrar os casos investigados pela Polícia Federal e de diretores dessas agências presos.
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O ministro Tarcísio Gomes de Freitas tem competência técnica e experiência no âmbito do antigo MTPAC. Decerto que essa alteração de rumo no projeto de unificação das agências irá contaminar seu propósito de estruturar um ministério com a missão de reverter a caótica penúltima posição do Brasil no fator infraestrutura. Supera apenas a Colômbia.
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Essa é uma oportunidade muito favorável para promover a reestruturação urgente e moderna da infraestrutura brasileira. Quem assistiu à posse do presidente Jair Bolsonaro pôde sentir o apoio popular que ele desfruta. Momento propício para o Brasil defender a proposta de unificação das agências. Trata-se de um desafio de reformar e inovar.