Quarta, 27 Novembro 2024

O presidente da Fiorde Logística Internacional, Milton Lourenço, em mais um artigo, se mostra preocupado com os portos nacionais, recorrendo a estudo da consultoria R. Amaral & Associados, de Santos, para a Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra). Nele, mostra-se que os portos públicos deixaram de receber
R$ 14,3 bilhões desde 1993, quando houve a edição da Lei de Modernização dos Portos. "Só o Porto de Santos, responsável pela movimentação de cerca de 27% do comércio exterior, deixou de receber R$ 3,9 bilhões", diz o empresário.

perdas econômicasImagem do Pixabay.

Ainda de acordo com a consultoria, de 1993 a 2017, 18 portos públicos brasileiros administrados por companhias docas aplicaram apenas R$ 8,3 bilhões (36,7%) dos R$ 22,6 bilhões previstos no orçamento da União para o setor, "o que é um atestado incontestável da má eficiência do poder público durante todo esse período, independentemente dos partidos políticos que estiveram à frente do governo", critica.

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O índice médio de eficiência orçamentária das docas no mesmo período, indica o estudo, ficou em 36,6%, enquanto o das demais estatais federais foi de 82,6%. Já o aumento de 213,25% na movimentação de cargas e de 708% na de contêineres pelos portos brasileiros, entre 1993 e 2017, em atendimento à demanda crescente dos exportadores e importadores no País, só comprova que os investimentos feitos pela iniciativa privada na modernização do setor têm dado resultados significativos.

O estudo mostra ainda que as companhias docas têm sofrido mais cortes em seus orçamentos do que as demais empresas estatais, o que é justificado pelas autoridades governamentais sob a alegação de que licenças ambientais e processos licitatórios costumam demorar muito tempo, levando o governo a dar prioridade a outros setores. "Com isso, a infraestrutura portuária fica cada vez mais sucateada, causando, ao lado de malhas rodoviária e ferroviária que estão longe da eficiência do Primeiro Mundo, um custo que torna o produto nacional pouco competitivo no exterior", lamenta Lourenço.

 

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