Evolução do conceito de Centro de Distribuição (Physical Distribution) da década de 1960 adotado nos Estados Unidos para organizar conjuntamente a armazenagem, manuseio de materiais e transporte de cargas, o moderno condomínio logístico é um elo estratégico das cadeias de suprimento (supply chain) para tornar mais ágil as logísticas, principalmente as dos portos brasileiros. Nos casos em que incorpora simultaneamente atributos produtivos de Porto Seco ou Estação Aduaneira Interior (Eadi) aos de condomínios logístico e industrial, otimiza a competitividade para atender às demandas e tirar partido de oportunidades em mercados globais.
Tais atributos caracterizam bem o Porto Seco Sul de Minas, a primeira Eadi a entrar em funcionamento no Brasil. Localizado em área anexa ao aeroporto de Varginha, ele integra a produção industrial e o agronegócio locais aos portos do Rio de Janeiro (RJ) e de Santos (SP), bem como ao paulista Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Centro de um raio de aproximadamente 350km desses portos e aeroporto, situados em uma região que representa mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Dados esses que destacam a competência nacional para participar desse novo, complexo e exigente cenário do comércio planetário.
Na opinião da engenharia Maria Jackeline Chavarria Mora, em sua dissertação de mestrado apresentada na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), de modo geral, os usuários desta tipologia de empreendimento procuram, além da eficiência de armazenagem, outros serviços e atributos: localização privilegiada, moderna infraestrutura de sistemas prediais, forte segurança patrimonial, incentivos fiscais da região, flexibilidade do projeto para ajustar as instalações existentes a requisitos operacionais específicos, entre outros. Intitulada Sistema de Certificação da Qualidade de Condomínios Logísticos no Brasil, sua pesquisa é uma contribuição valiosa para o aprimoramento e progresso dessa estratégica atividade logística.
Um novo tempo informacional dos condomínios logísticos é anunciado com a aplicação da tecnologia blockchain (também conhecida como “o protocolo da confiança”). ”Ela funciona como um livro-razão”, e já é utilizada no rastreamento da carga na navegação. Ao conectar bases de registros e dados distribuídos e compartilhados, vai permitir maior agilidade e segurança nas operações desses equipamentos, no seu papel de nó da rede multimodal de transportes. Principalmente reduzindo o tempo de permanência, por espera, documentação ou transferência, da carga nos pontos de transição entre modais. Importante destacar que tais peculiaridades são fatores de rivalidade e concorrenciais.
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Convém aduzir que o dinamismo do mercado interno depende também da capacidade das nossas empresas competir na rede global e isto exige informação de qualidade extremada. Como nó dessa sofisticada rede de produção e distribuição, os condomínios logísticos aproximam os centros de produção regionais dos portos e aeroportos, que conectam o mercado mundial. Assim, reduzem tempos e custos, na otimização da produtividade para fazer mais ágil a logística. Por tudo isso e mais, dizemos que são o novos tempos do just-in-time.