Sexta, 19 Abril 2024

*Eliana Araujo

Há alguns anos a chamada transformação digital vem revolucionando diferentes segmentos da indústria. Máquinas cada vez mais potentes, robôs, Inteligência artificial e internet das coisas (IoT) ocupam agora os corredores e escritórios de muitas empresas mundo afora. Na era da indústria 4.0, esses dispositivos conectam e otimizam a produção, contribuindo com a economia de tempo e também de dinheiro, garantindo uma maior produtividade e rentabilidade.

No Brasil, no entanto, a adesão a essas tecnologias ainda segue lenta. Dados de um levantamento da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) realizado em parceria com pesquisadores e universidades, mostraram que somente 1,6% das empresas brasileiras consultadas possuem sistemas integrados, fábricas conectadas e processos inteligentes para subsidiar a tomada de decisão dos gestores. Mas há um esforço genuíno para mudar esse cenário. Grandes corporações, por exemplo, já trazem uma realidade mais animadora: 73% delas já se encontram na indústria 4.0, ainda que em estágio inicial de implantação das tecnologias.

Independente do nível atual de utilização dessas tecnologias, as mudanças causadas pela quarta revolução industrial são um caminho sem volta. E para seguir em busca desse futuro tecnológico e conectado, os profissionais também vão precisar passar por uma reinvenção profunda. Esqueça a história de que as máquinas vão acabar com os empregos. Estimativa do Boston Consulting Group (BCG) indica que o número de empregos deve aumentar 6% nos próximos dez anos. A expectativa é que sejam criados 960 mil postos de trabalho, principalmente nas áreas de TI e de desenvolvimento de software.

O universo digital está, na verdade, apenas modificando os conceitos de trabalho. Saem os esforços repetitivos, as operações maçantes do dia a dia e o conhecimento superficial para dar lugar à era da criatividade, da inteligência emocional, das tarefas estratégicas e do domínio da tecnologia nas mais diversas áreas de atuação.

A Manufatura Avançada exige um perfil profissional que vai muito além das habilidades técnicas. São esperadas certas atitudes e características que tornem os indivíduos aptos para liderar pessoas, além de gerenciar os processos das fábricas inteligentes. O que esse novo mercado procura são pessoas com formação multidisciplinar e flexível, com bom domínio de idiomas, que compreendam as novas ferramentas, saibam se adaptar facilmente, consigam trabalhar em uma cultura colaborativa e, principalmente, que tenham competências emocionais.

Em resumo podemos dizer que o profissional 4.0 precisa transitar com facilidade entre os processos racionais da tecnologia e as emoções humanas. O que é, inclusive, um dos pilares básicos da tão falada inteligência emocional. Nesse conceito que virou chavão nas entrevistas de emprego, o indivíduo precisa conhecer suas próprias emoções e saber como controlá-las. Além disso, deve aprender a responder aos seus próprios estímulos em um processo de automotivação, ter empatia para se colocar no lugar do outro e conseguir construir boas relações interpessoais.

Esta é a máxima no que tange a Gestão de Pessoas na Indústria 4.0: saber utilizar os talentos, habilidades, a inteligência e o conhecimento, em direção a um bem estar coletivo, atingindo metas individuais ou setoriais para um objetivo estratégico comum. Na indústria 4.0, o resultado coletivo sempre será mais importante que o individual. E somente assim, teremos equipes que vão atingir o máximo potencial, com um clima de respeito e colaboração, capazes de ter alta performance e ser altamente engajadas.

O caminho para essa conquista é relativamente simples, mas requer muita pesquisa, leitura e dedicação. A primeira dica nessa jornada é buscar capacitação. Investir em cursos de qualidade, ofertados por instituições reconhecidas, com boa estrutura e com um viés educacional voltado para a geração desse novo profissional 4.0. Recentemente, participei de palestras realizadas pelo Centro Universitário ETEP e também na Bilac, em São José dos Campos, e pude perceber que essa tem sido uma preocupação constante. Não basta o ensino da sala de aula. É preciso trazer outras atividades práticas e trocas de experiências para enriquecer o aprendizado e capacitar os aspirantes ao mercado de trabalho. 

Uma ótima opção, e totalmente condizente com a realidade da indústria 4.0, é buscar cursos de graduação ou pós-graduação a distância. O EAD oferece a possibilidade de um ensino mais flexível, que se adapta à rotina. Outra dica importante é consumir conteúdo de qualidade, buscando sempre inspirações e conferindo as últimas novidades sobre sua área de atuação e sobre as competências que impactam seu autoconhecimento para a liderança também. Tem que gostar de tecnologia, de inovação e, principalmente, ter curiosidade para aprender e acompanhar uma indústria que sempre se reinventa.

 

Conectado, antenado, apaixonado por tecnologia e por pessoas, o profissional 4.0 será capaz de surpreender com suas habilidades. Na era da inteligência artificial, vai conquistar o sucesso aquele que souber, da maneira mais simples e despretensiosa possível, ser humano.

 

*Eliana Araujo é idealizadora e sócia-proprietária da EA Escola de Líderes. Atua como consultora em Gestão de Pessoas, mentora para a Liderança, professora universitária, palestrante e escritora.

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