Existem dois tipos de dimensionamento (quantificar) o lote de compra. O primeiro é o Dimensionamento de lote de itens múltiplos, que consiste nos processos ou sistemas para determinar a quantidade total de ordens de reabastecimento para um grupo de itens relacionados. Existe também o Dimensionamento dinâmico de lote, que designa qualquer técnica de dimensionamento de lote que cria uma quantidade de pedidos sujeita a recômputo contínuo.
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Como Dimensionar o lote economicamente
A teoria para determinação de um tamanho de lote econômico baseia-se de modo geral em definir uma quantidade cujo custo de fabricação seja mínimo, considerando-se os insumos, os valores de trabalho agregado, os tempos de máquina, bem como os custos para manter os estoques. Esses custos normalmente podem ser agrupados em três categorias básicas:
Custo de Setup - Considera-se aqui todos os custos necessários à preparação de uma rodada de fabricação. Os principais itens computados são:
- Mão-de-obra diretamente aplicada na preparação das máquinas;
- Custos dos materiais e acessórios envolvidos na preparação;
- Outros custos indiretos: administrativos, contábeis, etc.
Custo Unitário de Produção - Nesse item são considerados os custos dos insumos básicos diretamente empregados no processo produtivo, como:
- Matérias-primas;
- Mão-de-obra diretamente aplicada na produção;
- Tempos de máquinas envolvidos.
Custo de Manutenção do Estoque - A posse do estoque tem um custo que, para a indústria, é bastante significativo e normalmente considerado para cada produto por unidade de tempo de armazenagem. Os principais itens que são considerados no seu cômputo são os seguintes:
- Juros de capital imobilizado;
- Risco de obsolescência do produto;
- Prêmios de seguro, taxas e impostos;
- Perdas por deterioração;
- Despesas com instalações, aluguéis, iluminação, etc.
O método mais simples para determinação do lote fundamenta-se na análise econômica dos custos, e foi inicialmente definido para dimensionar lotes de compras, adaptado posteriormente para o ambiente de manufatura, bastando que fossem considerados os tempos de preparação e encomenda como similares.
Num sistema de manufatura tradicional, em que as máquinas produzem para um determinado nível de estoque em função da demanda, o modelo clássico de lote tem melhor aplicabilidade. Mesmo assim, é apenas um ponto de partida na definição da quantidade, que deve ser aperfeiçoada com o decorrer dos ciclos produtivos, fazendo-se os ajustes necessários em função das particularidades de cada processo. Considerando-se, no entanto, uma abordagem das modernas tendências de fabricação celular, aquelas definições determinadas para os produtos isoladamente são questionáveis, uma vez que a manufatura ocorre para uma família de peças, ou seja, um lote constituído de uma série de produtos distintos.
A definição de quantidades individuais não é mais compatível com a quantidade como uma parcela do grupo, o que significa dizer que as quantidades definidas isoladamente não serão as mesmas quando as peças estiverem reunidas em famílias. Para melhor situar-se no problema, será apresentado primeiro o modelo clássico para definir o tamanho de lote econômico (Qe), abordando-se posteriormente um tratamento dentro da filosofia de tecnologia de grupo.
(Fonte: GRIMA - Grupo de Integração da Manufatura)