Os 60 estivadores de Itacoatiara, porto fluvial da região de Manaus (AM), que ocuparam o navio ‘Clipper Talent’, na quarta-feira (3), estão sem água e comida.
Segundo o presidente do sindicato dos estivadores de Manaus, Ivo Alves do Nascimento, o racionamento foi determinado pelo ministério da marinha e polícia federal.
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O sindicalista ouviu rumores de que a polícia militar seria convocada para desalojar os ocupantes, mas isso não aconteceu até a noite desta quinta-feira (4).
Os trabalhadores protestam porque foram substituídos por mão de obra terceirizada. O embarque de grãos está suspenso e a administração do terminal se recusa a negociar.
O presidente da federação dos estivadores, capatazia e portuários do Brasil (Fecpb), Rodnei Oliveira da Silva ‘Nei’, faz contatos com Brasília para conseguir abertura de negociação.
Também presidente do sindicato dos estivadores de Santos (SP), Nei esteve na embarcação, junto com a direção dos sindicatos de Manaus e Itacoatiara, no primeiro dia da ocupação.
“O acordo coletivo de trabalho em vigência foi rasgado pelos empresários portuários”, lamenta o sindicalista. O porto é administrado pela companhia docas de Santana (AM).
O terminal onde está o navio ‘Clipper’ é ligado ao grupo Blairo Maggi, que é ministro da agricultura e esteve, terça-feira (2), no porto de Santana, após agenda oficial em Macapá, capital do Amapá.
Ministro
“O ministro deveria ter aproveitado a visita para conhecer de perto a injustiça com os estivadores de Itacoatiara, substituídos por mão de obra estranha ao porto”, diz o presidente da Fecpb.
Segundo Nei, as atividades do navio continuarão paralisadas até que os estivadores sejam escalados para seus postos de trabalho: “Não aceitamos essa injustiça”.
O líder nacional dos estivadores, que também luta pela manutenção do trabalho avulso nos terminais de contêineres de Santos, foi a Manaus, nesta terça-feira (2), prestigiar a eleição no sindicato local.
Nesta quarta (3), em visita a Itacoatiara, participou de uma assembleia dos estivadores, que estavam bastante indignados com sua exclusão do trabalho.
Antes de ocupar o navio, os sindicalistas tentaram negociar com a administração do terminal, mas não foram recebidos. Por isso, alugaram um barco de se dirigiram ao ‘Clipper’.