A Cattalini Terminais Marítimos S.A. vem investindo no Porto de Paranaguá, no Paraná, para consolidar sua posição no mercado, afirma, ao Portogente, José Paulo Fernandes, diretor-superintendente da empresa. A experiência na movimentação de granéis líquidos coloca o terminal como referência internacional no mercado, incluindo empresas nacionais e multinacionais nos setores de energia, químico e agronegócio. Fernandes vê com bons olhos o novo marco regulatório portuário do País, implantado em 2013, mas ainda continua na torcida para que os arrendamentos de terminais dentro dos portos organizados sejam liberados.
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Portogente - A empresa acaba de assinar contrato de adesão adaptado ao novo marco regulatório (12.815/13) dos portos na modalidade terminal de uso privado (TUP). Quais os projetos da Cattalini Terminais Marítimos a partir dessa celebração?
Fernandes - Esta adaptação traz robustez regulatória para a Cattalini, trazendo mais segurança e permitindo a continuidade dos investimentos na ampliação da retroárea que se conecta a esse TUP. Desta forma, seguimos com a construção de tancagem adicional de 140 mil m3, que entrará em operação no segundo semestre deste ano.
Fernandes quer que o processo de arrendamento nos portos organizados seja destravado,
área em que a Cattalini também tem interesse. Foto: Assessoria da empresa
Como o senhor avalia a infraestrutura portuária oferecida pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e a logística brasileira?
Fernandes - Trabalhamos em colaboração com Appa porque, apesar de sermos TUP, estamos inseridos no Porto de Paranaguá. A Appa tem sido um parceiro importante para a viabilização de nosso plano de desenvolvimento em Paranaguá. Em relação à logística brasileira, buscamos ativamente nossa presença em outras geografias considerando as oportunidades e desafios que o país nos oferece.
Num momento econômico mundial e nacional delicado, a Cattalini dá um passo importante no setor portuário. Por que?
Fernandes - A Cattalini sempre vai se antecipar para a disponibilização de infraestrutura necessária para evitar o colapso da cadeia de abastecimento das inúmeras categorias de produtos com as quais trabalhamos, entre elas, os combustíveis.
Hoje se fala muito numa expansão e modernização dos portos do Norte e Nordeste, mais próximos, inclusive, do Canal do Panamá, em sua nova configuração, e do futuro Canal da Nicarágua. Os portos do Sudeste e do Sul como ficam nessa configuração?
Fernandes - No nosso segmento de granéis líquidos, o desafio é estar preparado para recepção da importação ou cabotagem de produtos essenciais para a nossa economia nos quais não temos autonomia e dependemos de fontes externas. Esta situação independe da região do País.
Como o senhor vê a política nacional portuária comandada pelo governo federal? A Lei 12.815/2013 está fazendo a diferença em relação à legislação anterior (8.630/93)?
Fernandes - Acredito que superamos questões importantes que inibiam os investimentos com a nova Lei dos Portos, como, por exemplo, o requerimento de carga própria nos terminais privados. Confiamos também que, em breve, a concorrência pública para arrendamento de terminais dentro do porto organizado se destrave, pois a Cattalini tem grande interesse em participar deste processo.