Agregando muito mais tecnologia a sua linha de produção, indústrias estão mais enxutas, adotam layouts flexíveis e ambientes humanizados.
Quando você pensa numa fábrica ou indústria o que vem a sua mente ainda é aquela imagem de um gigantesco galpão ou prédio, com uma fachada em tijolo aparente, caldeiras e chaminés enormes, de onde não para de sair fumaça? Ou então algo semelhante ao que temos no célebre filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin, que mostra uma enorme linha de produção com uma centena de trabalhadores executando tarefas exaustivamente repetitivas? Se for essa a sua ideia do que é uma fábrica atualmente, saiba que você está radicalmente enganado.
O novo chão de fábrica agrega cada vez mais tecnologia. Foto: Divulgação.
Se há algumas décadas as indústrias já vinham experimentando um contínuo processo de automação de seus processos, maior uso de tecnologias, redução de espaço físico, mais sustentabilidade e humanização de seus ambientes, com a introdução do conceito de Indústria 4.0 essa nova revolução industrial transforma de vez o moderno chão de fábrica.
De acordo com a arquiteta Keila Pinho, que tem em seu portfólio profissional vários projetos comerciais e industriais, ainda hoje, dependendo do tipo de indústria, ainda se demanda muito espaço físico para abrigar uma fábrica, mas de maneira geral, as modernas instalações industriais estão mais enxutas, justamente pela modernização de seus processos e uso de tecnologias que são mais eficientes e ocupam menos espaço.
“Podemos fazer uma analogia com os computadores, que antes tinham monitores grandes, CPUs grandes, mas eram menos eficientes. Com o tempo foram reduzindo de tamanho, ocupando menos espaço e ficando mais potentes e eficientes, e atualmente você reúne numa única máquina, como o notebook, o monitor, a CPU e o teclado. A mesma coisa acontece com o maquinário das fábricas que estão cada vez menores e mais eficientes. À medida que você tem um uso cada vez maior de tecnologias como automatização digital, uso da robótica e de inteligência artificial, isso reduz o tamanho dos equipamentos e quantidade de pessoal para operação, isso obviamente impacta no espaço físico das novas fábricas”, explica a arquiteta.
O conceito da Indústria 4.0 leva as fábricas a uma nova fase, altamente tecnológica e ultra conectada, atendendo a requisitos impostos pelo processo industrial do século 21, como velocidade em produção e distribuição, ganho de eficiência, redução de custos e disponibilidade de informações de forma ampla e instantânea. “Com a Indústria 4.0, os processos logísticos também tiveram que se atualizar. Com isso, surge a necessidade de uma cadeia de suprimentos eficientes, capaz de cumprir com as necessidades de uma distribuição em larga escala ultra-rápida e precisa”, explica o economista Adalberto Bregolin, que é diretor comercial do Global Park, bairro empresarial na região metropolitana de Goiânia e que oferece áreas específicas para indústrias e operadoras logísticas.
Abrangendo uma área total de 1,8 milhão de m², sendo 900 mil m² para instalação de empresas, o empreendimento foi planejado para essa nova realidade da Indústria 4.0. Com lotes que vão de 2.800 m² a 25.000 m², o Global Park conta com estrutura urbana completa, com água, energia, rede de esgoto, asfalto CBUQ - durável e resistente - e fibra óptica com alta velocidade de dados. “O Global Park é um empreendimento pensado justamente para atender essa demanda da indústria moderna que busca o lugar certo para se instalar e se modernizar, fazendo frente às novas necessidades do mercado, tanto de aumento de produtividade, quanto de ganho de escala, redução de custos e agilidade na entrega”, detalha Bregolin.
O bairro industrial tem como diferencial ruas com 18 metros de largura, que são ideais para manobras de grandes carretas e veículos bitrens. “O projeto também oferece configurações de áreas que permitem layouts modernos, tanto para a indústria, quanto para operadoras logísticas”, completa o diretor comercial do Global Park.
Flexibilidade e tecnologias
Mas, ao passo que as modernas plantas industriais dedicam menos espaço a sua linha de produção, elas investem muito mais em projetos flexíveis, que permitem, com baixo custo e em pouco tempo, fazer expansões ou até mesmo adaptar sua planta industrial para o outro fim. “Essa é outra forte tendência nos projetos industriais de hoje, que é adotar layouts flexíveis, que possibilitem rápidas adaptações quando você precisar expandir a sua produção. Então você precisa trabalhar com materiais com os quais você consiga fazer uma mudança, o mais rápido e com o mais baixo custo possível, de layout, de maquinário, de tecnologia”, esclarece a arquiteta Keyla Pinho.
Conforme a arquiteta, hoje em dia os espaços destinados às indústrias precisam estar prontos para receber essas novas tecnologias, que costumam mudar muito a cada cinco anos. “Hoje as fábricas precisam de uma infraestrutura diferente, mais sofisticadas. Vemos, por exemplo, em muitos projetos de fábricas o uso de pisos elevados, ou eletrocalhas, que são estruturas que facilitam o cabeamento elétrico e de transmissão de dados, seja por baixo do piso ou pelas calhas. É um processo ainda caro aqui no Brasil, mas que vem sendo usado cada vez mais, nas empresas que adotam o conceito de Indústria 4.0”, destaca a especialista.
Humanização
Segundo Keila Pinho, outra grande preocupação dos modernos projetos industriais é com a questão da humanização dos ambientes das fábricas. Se na primeira Revolução Industrial, no final do século 19 e começo do século 20, as pessoas eram obrigadas a trabalhar amontoadas em fábricas insalubres, sem iluminação, sem ventilação e com muito barulho, hoje não se concebe uma indústria, seja qual for sua finalidade, que não tenha espaços e estruturas que garantam o conforto e a segurança de colaboradores.
“Tanto por uma questão legal quanto de incentivo a uma melhor produtividade, o espaço fabril é muito mais humanizado. Hoje você vê as empresas muito preocupadas em oferecer esse conforto para seus colaboradores, seja com uma copa mais ampla e equipada, um refeitório, uma sala de descanso ou sala de descompressão”, pontua Keila.