Os povos do mundo, cada um a seu modo, estão enfrentando a epidemia global do coronavírus. Infeliz do país que não tem, numa hora dessas, uma liderança forte, esclarecida e respeitada por todos.
O povo brasileiro infelizmente terá que enfrentar o coronavírus sem uma liderança assim; basta listar o nome dos que poderiam subir ao pódio para constatar a vacância.
Para garantir a necessária união nacional contra a epidemia é preciso somar os esforços de todas as lideranças atuais, na sociedade civil e no Estado, capazes de exercer em suas áreas de atuação e com suas responsabilidades um papel ativo.
Os dirigentes sindicais, diretamente vinculados ao mundo do trabalho, têm a imensa responsabilidade de assim agirem.
Não é hora de palavrório vazio, nem de planos detalhistas, inexequíveis e enganadores. Não é hora de acertarmos as contas com uma situação de fragilidades e desigualdades preexistentes.
É hora de evitar o pior e agir como liderança.
Agir de forma a garantir o endosso social e o respeito às normas públicas de saúde e prevenção.
Agir de forma a garantir a prestação salarial aos trabalhadores informais e as prestações sociais aos mais pobres.
Agir de forma a garantir e ampliar o seguro desemprego, evitando ao máximo as demissões.
Agir de forma a garantir a negociação coletiva e não a selvageria individualista e autoritária nos contratos formais de trabalho, respeitando os acordos e convenções coletivas.
Agir de forma a garantir um pacto produtivista com os empresários para a reconversão dos aparatos produtivos e pela logística da produção de bens em tempos de guerra.
Agir de forma a garantir que o Estado faça gastos emergenciais ilimitados para o SUS e para a proteção dos trabalhadores e das empresas.
Agir de forma a garantir que a unidade de ação das direções reflita as necessidades da massa trabalhadora e seja por ela valorizada e acatada.
Agir de forma a garantir a derrota do coronavírus eliminando a Covid-19.
A hora é agora. Menos desorientação, menos divisão, mais solidariedade e união nacional.
Que o Congresso Nacional devolva a absurda MP 927, uma medida à moda do “véio da Havan”.