Quinta, 28 Novembro 2024

Renato Zurlini, 46, trabalhou com publicidade antes de mudar de carreira. Atualmente é Dialoguista, Mediador de Conflitos, Facilitador em Processos Circulares e surfista. Fundou o Primeiros Diálogos com o propósito de transformar as relações humanas através do diálogo

Todo mundo acredita que sabe conversar. Algumas pessoas dizem que são “bons ouvintes” ou estão “sempre disponíveis” para os amigos e parentes nos momentos de dúvidas. E sim, eles estão lá e são importantes para um desabafo. Mas, será que estas “conversas de bar” são realmente úteis para nos tirar as angústias do momento? Minha percepção como Dialoguista e Mediador de Conflitos diz que não.

Por isto, vendo essas dificuldades no dia a dia da minha vida e no consultório, criei uma cartilha chamada o “Novo Diálogo”: pequenas ações com seu interlocutor que podem mudar completamente o entendimento das conversas. Acredite, isto vai fazer a diferença, até porque a maioria das pessoas, além de não conseguir se expressar de forma clara, não consegue ouvir sem julgamentos. E isso é bom em qualquer contexto: com amigos, com seu parceiro e no trabalho, gerando mais produtividade, e, claro, sobrando tempo para outras coisas, como: ler um livro, assistir um filme e melhorar a sua própria qualidade de vida.
Para começar, a ideia é ser um bom ouvinte. Seja gentil e deixe o outro falar. Guarde seu telefone: nada deixa as pessoas mais desanimadas que uma mensagem ou uma olhada rápida no celular. Comprometa-se com a conversa, mantenha o foco recebendo o discurso do outro com empatia e deixe sua fala para depois. As pessoas gostam de saber que você está escutando: faça perguntas simples para esclarecer algo e seja curioso. Use perguntas investigatórias: “O que aconteceu depois?” ou “Porque ele disso isso?”. A chave aqui é assegurar a compreensão do que foi dito ao invés de levar a conversa para outro assunto. Pratique a escuta reflexiva: repita o significado do que está sendo dito usando suas próprias palavras para mostrar que absorveu a informação. Não julgue e mantenha sua mente aberta. Isso faz com que você seja mais acessível e interessante. Nada é mais antipático do que uma pessoa que tem opinião formada sobre tudo e não está disposta a ouvir. Mantenha a empatia. Aliás, é sempre importante evitar os obstáculos de empatia: aconselhar, competir pelo sofrimento, educar, consolar, encerrar o assunto, solidarizar-se ou interromper começando uma nova história.

Quando o tópico se esgotar, chegou a hora da sua fala. Se o assunto é importante, procure planejar antes. Tenha tempo de refletir sobre os principais pontos do diálogo e organize os fatos e argumentos que vai usar para ter maior segurança na situação. Fale sempre em primeira pessoa: assim, você evita que o seu interlocutor assuma uma postura defensiva e, por mais difícil que possa ser, seja franco e direto. Diga os verdadeiros motivos que o levaram a tomar tal decisão, argumentando e mostrando seu ponto de vista de maneira clara. Mantenha a calma e o foco, usando uma linguagem corporal positiva e levemente inclinada em direção ao locutor, com um tom entusiástico, sem cruzar os braços e mantendo o contato visual. Seu próximo diálogo tem 100% de chances de ser um enorme sucesso e aí sim, você vai se transformar no verdadeiro bom ouvinte.

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*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

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