Terça, 12 Agosto 2025
Pela primeira vez desde o início do governo Lula, foi anunciada ontem previsão oficial de queda nos investimentos públicos. No Ploa de 2014, o montante total de investimentos é de R$ 186,6 bilhões. Neste ano, o total previsto foi de R$ 187 bilhões. "Os gastos de custeio são inflexíveis, então a variável de ajuste (das contas públicas) é o investimento", explica o economista da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central. O investimento do orçamento fiscal e da seguridade, que representa o governo propriamente dito, vai aumentar: de R$ 76,3 bilhões neste ano para R$ 81 bilhões no próximo. Mas isso será negativamente compensado pela queda no investimento das estatais, de R$ 110,6 bilhões para R$ 105,6 bilhões. As duas maiores empresas públicas brasileiras, Petrobras e Eletrobras, investirão R$ 5,3 bilhões a menos. Na petroleira, a redução será de R$ 4,8 bilhões — R$ 800 milhões a menos no Brasil e R$ 4 bilhões no exterior.

Foto: Divulgação Petrobras

Preço da gasolina está envolto por polêmica no governo

No setor elétrico, a redução é de R$ 500 milhões. "A Petrobras foi sacrificada. Tem de subsidiar o preço da gasolina e não pode aumentar o endividamento, que já está no limite", disse Freitas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou ontem que não devem ocorrer aumentos no preço dos combustíveis em função de mudanças cambiais devido à "volatilidade". "Não estou anunciando que não vai ter (reajuste da gasolina) nem que vai ter. Muito pelo contrário", disse Mantega, que integra o conselho de administração da Petrobras e da Petrobras Distribuidora, o que lhe rende R$ 18,3 mil mensais além do salário de ministro. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, destacou que "a Petrobras continua tendo a segunda maior carteira de investimentos entre as petroleiras do mundo". Assim como Mantega, ela também recebe mensalmente, além de seu salário de ministra, R$ 18,3 mil como jeton por integrar os conselhos de administração da Petrobras e da Petrobras Distribuidora.

Segundo Miriam, a Petrobras está prestes a concluir investimentos importantes, como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Haverá novos desembolsos, sobretudo para a exploração do pré-sal, mas não será necessário chegar aos mesmo valores de 2013. Além disso, está prevista a venda de ativos pouco rentáveis no exterior. No caso da Eletrobrás, a redução de investimentos se deve à opção por atuar em consórcios, nos quais os investimentos são responsabilidade de empresas parceiras.

O economista-chefe da INVX, Eduardo Velho, afirmou que uma parte da queda dos desembolsos da Petrobras é boa, pois não estão mais sendo direcionados recursos para projetos ruins. Ele argumenta que a redução dos investimentos das estatais deveria ser compensada por maior investimento privado. "Mas, para isso, seria preciso mudar a política econômica", alertou. O presidente do Corecon, Carlos Eduardo de Freiras, concorda. "A política econômica do atual governo não é moldada para o sistema de mercado, para o capitalismo", explicou. Se os números do orçamento de 2014 são desanimadores, os desembolsos deste ano também são. Os investimentos do governo federal ficaram estagnados entre janeiro e julho em comparação com o mesmo período de 2012. Dados divulgados pelo Tesouro Nacional apontam que foram pagos efetivamente às empresas R$ 38,8 bilhões para realização de obras, o que representa um crescimento de apenas 0,1% em termos nominais. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, admitiu que esse resultado veio abaixo da expectativa do governo, mas se mantém otimista quanto ao desempenho do segundo semestre. Segundo Augustin, há dificuldades com as obras públicas. Ele culpou as exigências da legislação brasileira e dos órgãos de controle e ambientais. "Também faltam projetos de qualidade e, al

As informações são do Correio Braziliense.

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