O governo de Moçambique aprovou um decreto criando uma reserva do Estado na região de Techobanine, no distrito de Matutuine, província de Maputo, onde virá a ser construído um porto de águas profundas, informou o diário estatal Notícias, de Maputo.
Com um investimento global previsto de sete mil milhões de dólares, o porto de águas profundas tinha sido inicialmente projectado para a região de Dobela, uma das pontas que caracteriza a costa do distrito de Matutuine.
Mais tarde, o projecto viria a ser transferido de Dobela para Techobanine, por razões ligadas à profundidade das águas na nova zona, o que dispensará operações de dragagem regulares necessárias para manter o canal acessível a navios de grande tonelagem.
A recente descoberta de reservas consideráveis de carvão de qualidade no Botswana é mais um elemento que estimula a construção do porto, garantida que está a existência de mercado e reconhecendo-se que o porto do Maputo, por si só, não tem condições para responder à procura de escoamento da produção carbonífera daquele país.
A empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique tem argumentado que os elevados volumes de carga previstos vão exigir o envolvimento de navios de grande porte para o seu transporte, meios para os quais o porto do Maputo não dispõe de capacidade para receber.
Os trabalhos de construção das infra-estruturas do novo porto, de acordo com o programa estabelecido, deverão decorrer entre 2012 e 2015, ocupando uma área de 30 mil hectares, 11 mil dos quais se destinam à implantação de unidades industriais.
A reserva do Estado confirmada pelo Conselho de Ministros inclui a zona onde deverão ser construídas vias de acesso, nomeadamente estradas e vias-férreas para manobras dos meios circulantes que vão usar o porto.
O novo porto terá capacidade para manusear cerca de 200 milhões de toneladas de carga diversa por ano, superando o de Maputo, cuja capacidade se situa abaixo de 20 milhões de toneladas por ano.
O projecto do porto vem a ser discutido desde o tempo colonial, mas só em 1999 é que voltou a ser falado com a assinatura de um acordo entre o governo, a empresa incorporada na Ilha de Man Porto Dobela Development e a Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), estabelecendo princípios de base para o estabelecimento do empreendimento.
Fonte: Macauhub