O trabalho deles é representar, defender interesses e influenciar. Competentes nessas funções, eles, no entanto, têm grande descrédito junto à opinião pública. Para mudar este cenário, os lobistas querem se unir para defender a conduta ética dos profissionais e desvincular a profissão das acusações de tráfico de influência, corrupção e fraudes junto ao poder público. Com este espírito, mais de cinqüenta deles estiveram reunidos ontem em Brasília para discutir a formação da Associação Brasileira de Profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).
O objetivo é defender a profissão, apesar de a futura entidade ainda não ter posição formada sobre a regulamentação da profissão, o que poderia dar mais transparência a suas ações.
Na reunião de ontem, acompanhada pelo DCI, mais de cinqüenta profissionais da área debateram o nascimento de uma entidade que funcione como selo de qualidade para a atividade, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Participaram do encontro representantes de empresas como Coca-Cola, Rede Globo e Nokia, e entidades como Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (ABIA), entre outras.
O objetivo é defender a profissão, apesar de a futura entidade ainda não ter posição formada sobre a regulamentação da profissão, o que poderia dar mais transparência a suas ações.
Na reunião de ontem, acompanhada pelo DCI, mais de cinqüenta profissionais da área debateram o nascimento de uma entidade que funcione como selo de qualidade para a atividade, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Participaram do encontro representantes de empresas como Coca-Cola, Rede Globo e Nokia, e entidades como Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (ABIA), entre outras.
O principal objetivo da entidade é mudar a imagem desses profissionais junto à opinião pública. Por três vezes durante o encontro eles citaram o publicitário Marcos Valério para dizer que não queriam ser confundidos com quem realiza tráfico de influência. Para tanto, a Associação terá um código de conduta onde proíbe o oferecimento de vantagem pecuniária ou de outra espécie, utilizar de informações erradas, incompletas ou distorcidas em suas relações com o poder público e patrocinar pleitos que possam caracterizar privilégio, favorecimento indevido ou que possam levar a concorrência desleal.
Para Oswaldo de Carvalho Barbosa Ramos, que trabalha para uma multinacional com negócios em diversas áreas, essas regras criarão com o tempo uma espécie de selo de qualidade para os profissionais. "Não queremos evitar ninguém de trabalhar, mas é claro que com o tempo e o cumprimento a risca desse código de conduta será valorizado quem for da Associação".
Para avaliar as condutas listadas, os lobistas pretendem formar um conselho de ética com integrantes da sociedade civil ligados a entidades de defesa da ética pública e direito e à academia.
A diretora executiva da Umbelino Lobo Assessoria e Consultoria, Anna Paula Losi, diz que a idéia de divulgar a profissão e criar um código de conduta servirá dar credibilidade aos bons profissionais e dar transparência à atividade. "Quero poder contar para as pessoas o que eu faço abertamente, sem ter de explicar que meu trabalho não tem nada de errado. Nesses escândalos vemos muitas pessoas que se dizem lobistas, mas não são, eles são apenas corruptos".
A Abrig será criada oficialmente em junho. A expectativa dos organizadores é começar com pelo menos cinqüenta sócios, mas como a intenção é representar os profissionais em nível nacional esse número pode ser maior. Para evitar divisões de início, a entidade não tomará posição sobre a regulamentação da profissão.
A proposta mais adiantada no Congresso é do senador Marco Maciel (DEM-PE), já foi aprovada pelo Senado e está agora na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.
Segundo os profissionais, não é possível mensurar a quantidade de lobistas que existem hoje no País. Um cadastro prévio para a formação da entidade conta com mais de 350 nomes, mas eventos relacionados à área chegam a reunir 1.500 pessoas. Apesar dos números, todos reclamam da falta de profissionais qualificados para o trabalho. "Faltam profissionais, quando precisamos contratar um estagiário ou alguém para começar é muito difícil porque poucos conhecem o regimento das casas legislativas, os deputados e senadores e além de tudo precisam ser pessoas comunicativas", afirma Anna Paula.
Devido à falta de uma formação específica, trabalham na área pessoas formadas em diversas áreas, entre as quais