Terça, 04 Fevereiro 2025

SÃO PAULO E RECIFE - Novas formas de discriminação têm surgido no mercado de trabalho, indica um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado ontem. Além das dificuldades crescentes enfrentadas por pessoas mais jovens e os idosos, predisposições genéticas e o estilo de vida das pessoas - como fumantes e obesos - também começaram a pesar na disputa de uma vaga.

O estudo, que tem por objetivo analisar a discriminação profissional, mostra que as formas tradicionais de discriminação, como sexo, raça e religião continuam presentes no mercado de trabalho. Um tema destacado na publicação é a persistência das desigualdades de gênero no emprego e a necessidade de adoção de políticas integradas para abordar a discriminação nas remunerações, a segregação ocupacional e a necessidade de conciliar o trabalho com as responsabilidades familiares.

O fumante Gean França diz que nunca sofreu discriminação no mercado de trabalho porque evita fumar em serviço. Ele é vigilante e não lida com o público. “Nunca deixei de arrumar um emprego porque fumo. Mas o cigarro é terrível, já me senti incomodado porque meu dentista fumava”. Já Andréia da Conceição, que está desemprega, acredita que é vítima de preconceito por ser negra. “A discriminação diminuiu, mas ainda existe. Tem também preconceito contra gordinhos e evangélicos”, lamenta.

Para fundamentar as desigualdades, o relatório cita como exemplo a União Européia, em que a diferença dos rendimentos brutos por hora entre homens e mulheres continua sendo em média de 15%. Apesar disso, o relatório mostra que as taxas de participação feminina na força de trabalho já chegam a 56,6%, o que contribuiu para diminuir a desigualdade em relação a esse indicador.

Uma medida que pode melhorar a situação das mulheres é a disponibilidade de empregos de boa qualidade como legisladoras, funcionárias principais ou gerentes, nos quais uma maior participação refletiria uma redução de barreiras discriminatórias. No mundo, as mulheres têm apenas 28,3% destes postos de trabalho.

EVOLUÇÃO

O relatório afirma que são importantes os progressos registrados no campo legal e institucional em muitos países, além do fato de que existam cláusulas relacionadas com a discriminação e a igualdade nos códigos trabalhistas adotados ou reformulados recentemente.

Fonte: Jornal do Commercio - 11 MAI 07

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