A Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), empresa do Grupo Coimex, dará início à construção do Terminal Portuário Embraport, no litoral paulista, na próxima quinta-feira. Detentora do terreno onde será instalado o terminal, a Embraport receberá amanhã o alvará da Prefeitura Municipal de Santos para começar as obras. Com previsão de investimentos de aproximadamente US$ 500 milhões, a Embraport foi constituída em 1998 com a finalidade de construir e operar o maior terminal portuário de uso múltiplo no Brasil, que abrangerá todos os regimes alfandegários e atuará nas áreas de importação e exportação, aumentando a capacidade do Porto de Santos em 10%.
“A implantação do terminal tem uma importância muito grande em termos da expansão do Porto de Santos no município, já que é o maior investimento privado na região”, comenta Sérgio Aquino, secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos da Cidade de Santos.
Segundo Aquino, o projeto do terminal contemplará, por etapas, a operação de contêineres — cuja movimentação norteará a primeira fase —, granéis sólidos e líquidos, e veículos. “Dependendo do ritmo dos outros mercados, a empresa pode acelerar a operação dos variados produtos”, pondera o secretário.
Projetada para operar em uma área de 800 mil metros quadrados, a Embraport será composta por um terminal portuário e por instalações para armazenagem e distribuição de contêineres e granéis líquidos. A data de implantação do terminal está prevista para 2010.
Como a subsidiária da Coimex tem um acordo de contemplação ambiental e social com a Prefeitura de Santos, a empresa está investindo no treinamento de pescadores, em recuperação florestal e em condições sociais, e está analisando a disponibilização de ambulâncias na região. Cabe também ao terminal arcar com eventuais aportes em vias de acesso terrestre.
O setor de logística de distribuição e portuária representa 34,6% da carteira dos investimentos do Grupo Coimex e, atualmente, é a área que concentra os maiores aportes de capital da companhia, tanto para a realização de novos negócios como para o aperfeiçoamento das soluções logísticas oferecidas por suas empresas.
Em logística portuária, além de atuar com a Embraport, a Coimex também detém 39,5% das ações da Companhia Portuária Vila Velha (CPVV), porto privado destinado à indústria do petróleo. No ano passado, o grupo apresentou faturamento bruto de R$ 2,3 bilhões.
Porto de Paranaguá
O Porto de Paranaguá deve iniciar, ainda no primeiro semestre, obras que totalizam investimentos de R$ 90 milhões. Os aportes incluem intervenções na infra-estrutura do terminal, como a remodelagem do cais comercial, que é parte integrante do projeto Cais Oeste.
As medidas permitirão a ampliação das operações portuárias ligadas à movimentação de grãos e de fertilizantes. Os recursos destinados para as obras são da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), que administra o porto público.
Em meio a conflitos judiciais sobre a gestão do terminal, a Appa deve manter a previsão de investimentos para 2007. Na última sexta-feira, o Tribunal Regional Federal determinou a suspensão de deliberações emitidas pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Paranaguá, com a alegação de que o corpo do conselho estaria promovendo ações “personalizadas”, e não de interesse público. O conselho é formado por membros do mercado e da administração pública.
As discussões, que já chegaram à esfera judicial, tratam especialmente da movimentação de produtos transgênicos pelo porto, questão defendida por alguns produtores e combatida pelo governo estadual. Em resumo, as decisões tratavam do regulamento de exploração do Porto de Paranaguá, da fiscalização das operações no Corredor de Exportação, da sua logística e da recepção, armazenagem e embarque de soja geneticamente modificada.
Em uma das deliberações suspensas pela Justiça, o CAP tentou estabelecer que “a Appa passe imediatamente a operar na movimentação de soja geneticamente modificada, através do Silo Público (Silão)”, situação combatida pela administração portuária, que defende o oferecimento da estrutura pública aos plantadores de soja convencional.
No total, o porto espera para 2007 uma receita cambial de US$ 11 bilhões, com a movimentação de cerca de 35 milhões de toneladas de mercadorias. Neste ano, o porto vem registrando alta na movimentação, especialmente pelo aumento no volume de produção da safra agrícola — foram movimentados 6 milhões de toneladas de milho e 6,5 milhões de toneladas do “complexo soja” (soja em grão e farelo). Toda a produção agrícola do estado deve gerar grande movimento no porto até meados de junho, período final da safra.
Fonte: DCI - 08 MAI 07