Domingo, 20 Abril 2025

Além de impressionar pelo tamanho, a operação de compra do Grupo Ipiranga chama a atenção pela intrincada engenharia financeira, uma montagem sofisticada e inteligente, que permitiu que a venda finalmente saísse. Fala-se em US$ 4 bilhões pela operação. Pode até ser: a Petrobrás vai desembolsar US$ 1,3 bilhão, a Braskem, US$ 1,1 bilhão e o Ultra, não se sabe. No entanto, pelo que se apurou, em dinheiro mesmo, as cinco famílias receberão, no total, US$ 800 milhões pela transferência de controle. Isto é, US$ 160 milhões cada uma.

No domingo, algo como 20 membros das cinco famílias (Gouvêa Vieira, Bastos, Tellechea, Ormazabal e Melo) aterrissaram em São Paulo para assinatura do contrato, no escritório Pinheiro Neto. Pelo lado dos compradores, negociou Pérsio de Souza, da Estater, numa montagem que começou em agosto do ano passado. E, do lado dos vendedores, atuou Octávio Castello Branco, do Banco Pátria, cujas conversas de venda com a família começaram em dezembro do ano passado. O que se buscou, como estratégia, foi uma negociação rápida com os controladores.

Não é de hoje que o Grupo Ipiranga está à venda. E tampouco é de hoje que todo tipo de interessado tenta comprá-lo. Em 2002, a Petrobrás e o Grupo Ultra chegaram a conversar com o Ipiranga. O negócio não saiu. Dois anos atrás, houve conversas com a venezuelana PDVSA. Quase. Mas tampouco esta negociação foi para a frente. “Tudo é uma questão de tempo. Neste momento, todos amadurecidos, o negócio andou”, justificou ontem o presidente do conselho do Grupo Ultra, Paulo Cunha, cuja identidade se confunde com a do setor petroquímico, do qual participa desde o seu surgimento, na era Geisel. Qual o valor real da operação? Cunha desconversa. “Tem muito número nesta montagem, tenho que checar.”

É o Grupo Ultra o comissário desta operação. O que quer dizer isto? Quer dizer que será o Ultra o comprador oficial do Grupo Ipiranga. Primeiro, por meio da aquisição das ações das famílias controladoras. Depois, chegará a vez dos ordinaristas minoritários, os quais devem receber algo como US$ 200 milhões, Em seguida, vem a oferta pública de compra das ações preferenciais, na base de 80% de tag along, como manda a lei, trocando estas ações por ações preferenciais da Ultrapar. Aqui, não há dinheiro envolvido.

Só depois o Grupo Ultra vai fazer a alienação e entrega dos ativos petroquímicos para a Braskem e a Petrobrás. Da área de distribuição e postos de gasolina, a Petrobrás ficará com 25% do negócio. O Ultra fica com a marca Ipiranga e 75% do negócio de distribuição e postos.

Quem vai financiar a operação do Grupo Ultra? “Vamos fazer uso de recursos próprios”, diz Cunha, sem revelar montantes.

Fonte: O Estado de S.Paulo - 20 MAR 07

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