O ano de 2018 já inicia com uma polêmica que promete ganhar os céus do País. A notícia de que a Embraer pode ser vendida para uma empresa dos Estados Unidos acendeu um rastilho de pólvora. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região já enviou carta ao presidente Michel Temer, cobrando um posicionamento oficial e contrário a qualquer tipo de transação que represente a transferência de controle acionário da Embraer à norte-americana Boeing.
A entidade promete fazer uma campanha nacional contra essa venda - é ver para crer. E por sua reestatização, é ver para crer mais ainda.
Segundo o sindicato, a venda da Embraer, total ou parcial, representa a entrega de uma empresa estratégica para o País e de um patrimônio público que vem sendo construído há 48 anos pelos trabalhadores brasileiros.
Desde 1999, o sindicato diz que vem denunciando o processo de desnacionalização iniciado pela Embraer. Na época, um consórcio francês liderado pelas empresas Aérospatiale Matra, Dassault Aviation, Thomson-CSF e Snecma tinha a intenção de comprar 20% das ações da Embraer. Os planos não se concretizaram porque o governo se posicionou contra.
É incrível como alguns sindicatos ainda cismam viver de aparências. Será mesmo que os metalúrgicos da fábrica da Embraer realmente estão mobilizados e conscientizados em defesa da empresa e contra a venda, e mais ainda pela sua reestatização? Será que vai rolar essa tal campanha nacional?
Ou, mais uma vez, se perderá o "bonde da história"? E isso não significa apoiar ou não a venda da Embraer, trata-se apenas de mostrar que a atuação política de qualquer segmento social precisa ter como base verdades.