O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, diz que a indústria da construção vive hoje uma grande contradição. "Estimulada, será a nova âncora da recuperação da economia; esquecida, será a pedra que enterrará os suaves sinais de reação", diagnostica. O que vale dizer, prossegue o empresário, não é mais possível ignorar a importância desse setor e o papel estratégico que desempenhará no esforço para recolocar o Brasil na trilha do desenvolvimento.
"Grande gerador de emprego e renda, elo que liga o cidadão ao sonho da moradia digna, a indústria da construção tem uma vocação econômica e social que não pode ser negligenciada – é nos momentos de crise que nosso setor dá sua contribuição mais efetiva", defende Martins. Ao mesmo tempo, contasta que 2017 será o terceiro ano de retração consecutiva do setor, "que deve encolher 6%", aponta.
O dirigente da CBIC assegura que o setor não está pedindo benesses nem facilidades: "Queremos um ambiente de negócios seguro e transparente e projetos que permitam a recuperação da nossa indústria, com impacto positivo e decisivo sobre a economia como um todo. Chegou o momento de dar uma guinada!"
Enquanto isso, milionárias petrolíferas estrangeiras foram presenteadas pelo governo federal e a Câmara dos Deputados - por enquanto, porque a matéria passará agora pelo Senado - com a liberação do pagamento de diversos tributos, que significará o Brasil abrir mão de mais de R$ 50 bilhões ao ano; totalizando, até 2040, R$ 1 trilhão. Detalhe: uma renúncia fiscal sem qualquer tipo de contrapartida à economia brasileira. Ainda o fantasma do subdesenvolvimento?