O efeito Joesley Batista chegou ao Banco Central (BC). É o que dizem corredores e Brasil afora. Uma das primeiras "vítimas", segundo o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, foi a própria reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na última semana.
Para ele, a delação premiada do dono JBS, em direção ao presidente Michael Temer, "demonstrou que a "carne" dos economistas e técnicos do Copom é "fraca", pois eles não tiveram a coragem de reduzir a taxa básica de juros (Selic) a um percentual que sinalizasse a retomada dos investimentos produtivos, do emprego e mostrasse que o País esta no caminho de sair da profunda recessão que se encontra, com 14 milhões de desempregados". E prossegue na crítica severa: "A redução de apenas 1 ponto percentual fez com que o juro da Selic fosse de 11,25% para 10,25%. Para uma inflação de pouco menos de 4% ao ano, o único beneficiado com essa redução é o capital especulativo e o sistema financeiro."
Por essa razão, a central sindical condenou a decisão do Copom. "Isso porque todos sabem que juros altos inibem os investimentos das empresas, aumenta o desemprego e faz com que o consumo das famílias sejam reduzidos. Ou seja: o crescimento da economia do País ainda está longe e o desemprego ainda vai demorar a reverter o atual quadro", argumenta Patah.