O BIS- Banco de Compensações Internacionais, em inglês Bank of Internacional Settlements, é uma organização internacional que possui o objetivo de trazer segurança ao sistema financeiro e monetário através da cooperação entre os bancos centrais dos países participantes.
Leia mais sobre essa importante organização.
O que é o BIS?
O BIS-Banco de Compensações Internacionais é uma organização internacional, sediada em Basileia na Suíça, que possui o propósito de unir os bancos centrais de diversos países participantes, para juntos decidirem e formularem regras harmônicas sobre o sistema monetário e financeiro com objetivo de trazer segurança e estabilidade ao sistema.
Formado por 60 bancos centrais, que representam países de todo o mundo, o BIS-Banco de Compensações Internacionais também possui bases em Hong Kong e no México. Os países participantes do Bis possuem juntos o equivalente a 95% do PIB mundial.
História
O Bis-Banco de Compensações Internacionais, foi criado em 1930 pelos governos da Bélgica, Itália, Reino Unido, Japão e Suíça. Sua função inicial era administrar os valores que seriam pagos pela Alemanha aos países criadores como sanção compensatória pós 1ª Guerra Mundial, como estipulava o plano Young. Porém, com a crise mundial que se instalou no mundo após 1930, o banco passa a operar atividades de cooperação entre os bancos centrais das nações criadoras, como operação de câmbio, depósitos de ouro, pagamentos postais internacionais, etc, para tanto reuniões regulares aconteciam entre as nações estipulando metas em comum entre os países(BIS, 2017).
O Banco de Compensações Internacionais foi formado por um fundo composto pelos bancos centrais dos seis países fundadores. Cada nação, inicialmente, subscreveu 16.000 ações. O Estados Unidos possuía um maior número de subscrição no fundo, pois, além da participação do seu Banco Central contava também com a participação de três bancos privados do país. A participação no fundo do Bis-Banco de Compensações Internacionais foi modificada em 8 de janeiro de 2001, e somente bancos centrais podem ter posse de ações do BIS.
O mundo passa por outras crises, na década de 1970 o Sistema Monetário Internacional, começa a operar por taxas flutuantes, que eram controladas pelo mercado financeiro e os governos. O que levou os países da Europa a tentarem manter entre si uma variação cambial admissível que obteve êxito por alguns anos, o Bis-Banco de Compensações Internacionais passou a ser a cooperação entre os Bancos Centrais Europeus, para trazer uma uniformidade nas decisões sobre as taxas flutuantes no continente.
O insucesso das taxas fluentes era evidente, uma vez que seria necessária uma homogenia de crescimento econômico entre as nações e também estabilidade econômica, fato que não ocorreu e ocasionou grande instabilidade econômica no mundo. Em 1974 o Bankhaus Herstatt, da Alemanha, declara insolvência acarretando uma série de impossibilidades de liquidação de contratos de câmbio, gerando crises por todo o mundo , percebesse a necessidade das nações do mundo se unirem em busca de compatibilidade de regras no sistema monetário e financeiro para obter estabilidade mundial, e essa necessidade faz com que nasça no Bis-Banco e Compensações Internacionais, um comitê para discutir a segurança do sistema monetário internacional e uma intervenção na situação mundial. Assim, cria-se o Comitê de Basileia para a Regulamentação Bancária e Práticas de Supervisão, formado por 45 Bancos Centrais.
Acordos de Basileia
O Bis-Banco de Compensações Internacionais através do Comitê de Basileia para a Regulamentação Bancária criou os 3 acordos de Basileia, que possuem o objetivo de trazer regras aplicadas por todos os Bancos Centrais membros na regulamentação do sistema financeiro e monetário interno, sempre com objetivo e trazer uniformidade ao sistema financeiro internacional.
O acordo de Basileia I foi firmado em 1988 e foi ratificado por 100 países. O acordo trazia exigências como reservas mínimas de capital, que deveria ser respeitada por instituições financeiras como precaução contra o risco de crédito, que pode ser definido como o risco de o devedor não honrar seus compromissos. O Basileia I trouxe ainda uma forma de analisar o risco dos empréstimos e transações, onde o risco poderia ser identificado de maneiras diferentes por cada instituição.
Opinião
*Fluxo de ilícitos e evasão de divisa
No fim da década de 1990 novas crises mundiais financeiras surgiram demonstrando a fragilidade do Sistema Financeiro Internacional, sendo assim, as mudanças que o Basileia I trouxe precisavam de complementação. Então em junho de 2004, o comitê de Supervisão Bancária do Bis-Banco de Compensações Internacionais traz o Basileia II, o novo acordo trazia três grandes pilares e 25 princípios básicos. Sua adesão foi obrigatória aos países do G-10 e outros 82 países aderiram ao novo acordo. Com esse acordo questões como transparência na divulgação do balanço anual dos bancos e dados da economia dos países foi tratado como essencial para se ter previsibilidade na avaliação de riscos operações financeiras, outras questões foram regulamentadas, como reservas cíclicas e aumento da exigência para capital mínimo, entre outras coisas. No Brasil o Basileia II trouxe a implementação de uma união do BACEN (Banco Central do Brasil) e a Febran (Federação Brasileira de Bancos).
A Crise de 2008 e o Acordo de Basileia III
Em 2008 uma grande crise financeira acomete o Estados Unidos, conhecida como a crise da bolha imobiliária, ela causou a quebra de diversos bancos e abalou a economia de vários países no mundo. Considerada uma das mais graves crises desde 1929, trouxe um efeito dominó que acarretou inflação alta nos Estados Unidos, desvalorização do Euro e por consequência vários países da União Europeia endividados e com reservas financeiras baixas para combater a crise que se alastrou.
A Grécia foi um dos países mais atingidos na Europa, o que ocasionou na quebra de sua economia e a necessidade de pedir empréstimo ao FMI (Fundo Monetário Internacional), que, em contrapartida, exigiu a aplicação de medidas de austeridade, como cortes de gastos governamentais, direitos trabalhistas, salários e outras medidas impopulares gerando protestos. Países da América Latina também foram atingidos, porém, em menor escala.
A crise ocorreu devido à irresponsabilidade dos bancos americanos ao fornecer linhas de crédito imobiliário sem a devida avaliação dos riscos que os seus clientes apresentavam, dentre outras questões como transparência sobre dados contábeis das instituições ou as reservas financeiras necessárias para evitar quebras. Com isso, ficou claro os 2 primeiros acordos não foram suficientes para impedir ingerências no sistema. Então em 2010 o Bis- Banco de Compensações Internacionais anuncia o Basileia III, com regras para aperfeiçoar a capacidade dos Bancos de absorverem choques advindos do sistema financeiro ou da economia interna dos países que onde operam, para quem sabe assim diminuir o risco de novas crises econômicas.
A importância do Bis para o Sistema Financeiro Internacional
O Sistema Financeiro Internacional existe para efetivar os pagamentos das transações internacionais, fornecer uma moeda estável como unidade de valor uniforme para esses pagamentos, e ainda estabelecer normas para pagamentos deferidos. Para isso é necessário que o sistema possua três condições:
• liquidez adequada, ou seja, dinheiro suficiente em circulação;
• mecanismo efetivo de ajuste, ou seja, as taxas de câmbio aplicadas;
• confiança no sistema, que nasce da aplicação dos anteriores
As crises financeiras que ocorreram no mundo demonstram que o Sistema Financeiro está em constante modificação, o BIS- Banco de Compensações Internacionais através dos acordos de Basileia instituíram regras ao Sistema Financeiro Internacional trazendo segurança nas relações e dando a estabilidade necessária para o bom funcionamento do sistema.
O BIS- Banco de Compensações Internacionais, através do Comitê de Supervisão, que trouxe os acordos de Basileia, é de extrema importância para uniformidade nas regras financeiras mundiais. Os bancos centrais signatários dos acordos de Basileia possuem uma política alinhada de governança, permitindo que exista confiança para investimentos, simetria de regras que permite maior facilidade de transações no comércio exterior, e mecanismos de mitigar eventuais futuras crises no sistema financeiro internacional. Tudo isso demonstra que o BIS- Banco de Compensações Internacionais é essencial para garantir que o sistema possua as três condições necessárias para seu funcionamento.
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Fonte:
*Recomendações de Basileia - Banco Central
*Banco de Compensações Internacional