O Brasil vive momentos bem distintos de um passado recente, onde para as regiões Norte e Nordeste só sobravam problemas de infraestrutura e atraso. Hoje o ciclo é interrompido. Especialistas da área já apontam que as configurações mais modernas de portos, no País, estão naquelas regiões. Ao Sudeste e ao Sul, em sua grande maioria, os portos, avaliam, têm configuração antiga e estão envolvidos por cidades que os sufocas na sua expansão e modernização.
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Daniel Souza, ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), observa que as retroáreas desses portos são apertadas e esprimidas dentro das cidades. Ele contrapõe: “Portos como Suape (PE), Pecém (CE), Itaqui (MA) e do Sul da Bahia, já nascem com um layout moderno, na configuração porto-indústria.” E continua: “Já, no Sudeste, o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, idealizado pelo grupo do Eike Batista, é outro excelente projeto. Ocorre que há ainda uma assimetria entre PIB regional versus ‘porto moderno’. Isso será aos poucos sendo corrigido. No sul, projetos de menor porte estão surgindo: Embocuí e Pontal, no Paraná, e Itapoá e Imbituba, em Santa Catarina, vão se tornando em opções regionais.”
Ele chama a atenção a um detalhe importante: “A Ferrovia Norte-Sul e a Transnordestina serão o game-changer da macrologística do Brasil. Viabilizarão os projetos do norte-nordeste com saídas para o Caribe e os novos canais do Panamá e Nicarágua. O futuro será promissor para eles.”