Na ânsia de proteger o mercado interno da turbulência econômica que sacode o planeta desde o final do ano passado, diversos países têm adotado barreiras não tarifárias – e ilegais. A atitude desagrada o governo brasileiro, que luta para diversificar ainda mais os países que recebem as cargas e serviços nacionais destinados ao exterior.
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Em rápida conversa com a reportagem de PortoGente, o diretor do Departamento de Políticas de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústrias e Comércio (MDIC), Maurício Lucena do Val, revelou que o Governo Federal batalha para superar essas barreiras impostas “às escondidas”. "Quando as barreiras são tarifárias, estão dentro da prática leal de comércio, de modo a proteger os interesses da indústria local. Mas tem muita prática desleal escondida, seja através de estabelecimento de licenciamentos demorados e restritivos a serviços e produtos brasileiros ou através de barreiras fitossanitárias em que cobram do Brasil situações que o País não precisa provar".
Ele cita como exemplo a questão da exportação de carnes. Alguns países exigem que o governo brasileiro comprove que não há síndrome da vaca louca nas criações de gado no País, fato que nunca aconteceu nos campos brasileiros. Lucena do Val lembra também que o Brasil é totalmente aberto para investimentos estrangeiros no comércio varejista local, o que não acontece na maioria dos países europeus, especialmente na parte Ocidental do Velho Continente.
Brasil quer ampliar exportações, como as de gado, para países
com pouca tradição de comprar dos produtores brasileiros
Para aumentar o seu fluxo comercial, explica Lucena do Val, o Brasil vem construindo agendas comerciais com países emergentes e com aqueles que não têm tradição de manter relações de comércio exterior com os empresários do País. Ele salientou que estão sendo feitos acordos de troca de produtos, serviços e investimentos com Kazaquistão, Austrália, países do Norte da África e também da Europa Ocidental.
“Como o comércio exterior é uma via de mão dupla, nosso propósito é a identificação de oportunidades de comércio e de investimentos nesses países. Não vemos a importação como problema. Problema é a possível diminuição do fluxo de comércio”.