Sexta, 25 Outubro 2024

É a situação do transporte rodoviário de cargas, vulgo TRC. Retratada pela CNT, é “por fora bela viola”: uma paisagem nacional cor de rosa, com nuvenzinhas que teimam em permanecer (mas nada lá muito preocupante).

...nem tanto. É a situação do transporte rodoviário de cargas, vulgo TRC. Retratada pela CNT, é “por fora bela viola”: uma paisagem nacional cor de rosa, com nuvenzinhas que teimam em permanecer (mas nada lá muito preocupante). Mas, quando se entra nos dados específicos da região Sudeste e arredores, o horizonte é bem sombrio, ou – completando o dito popular, a cor predominante indica que temos “pão bolorento”...

transporte
Quando a nuvem sumirá do retrato? Foto: Milos-Muller/iStock

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No início deste mês (dia 3/10), a Confederação Nacional de Transportes (CNT) comemorava as estatísticas sobre a queda nacional nos números de roubo de cargas, provando a importância da nova legislação de seguros para o setor, que passou a vigorar em junho de 2023. A redução naqueles crimes foi de 11% nos primeiros sete meses de 2024, comparada a igual período do ano anterior.

Veja mais: Insegurança nas estradas: Especialista em gestão de riscos comenta o cenário do roubo de cargas no Brasil - Portogente

Apenas seis dias depois (dia 9), um recorte dos números nacionais, focando nos estados do Sudeste e imediações, lembra que 80% dos roubos de cargas ocorrem nestes estados, com quadrilhas especializadas agindo, sendo motivo de preocupação, enquanto no Centro-Oeste e no Sul estão aumentando bastante os números relacionados a esses crimes.

Veja mais: Como baixar índices de roubos e furtos de cargas no Brasil? - Portogente

Se a moeda tem duas faces (para os puristas: anverso e reverso), também uma compilação estatística pode ser montada e analisada por diferentes formas, não implicando necessariamente que uma delas seja errada. O mesmo copo está meio cheio ou meio vazio, e se pusermos toda a água de um copo grande num menor, este pode ficar totalmente cheio e até transbordar, claro.

O problema não é o resultado que cada parte nos debates propõe, mas a necessidade de confrontarmos esses dados e compreendermos que, no caso, se em termos nacionais vamos relativamente bem, em termos regionais há um grande conjunto de problemas a ser sanado.

Veja mais: Do roubo a banco para cargas: a criminalidade no Brasil – Portogente

Se as seguradoras e organizações federais estão satisfeitas com os números positivos encontrados, isso não impede que as empresas, as organizações sindicais e todos os demais componentes da estrutura regional de transportes estejam profundamente insatisfeitas com a forte presença da criminalidade organizada nesse contexto.

Já que os valores que investimos (via impostos) na Segurança parecem nunca bastar, o empresariado já entendeu que o Gerenciamento de Risco deixou de ser atividade “marginal” (com licença da blague) nas empresas, para assumir papel preponderante nos planos de negócios.

Veja mais: Sudeste registra maior índice de roubo de carga no primeiro semestre de 2024 - Portogente

A “locomotiva do Brasil”, como o estado paulista já foi chamado, sofre com os saques aos seus vagões, alguns de forma bem violenta. Está errado quem diz que “governar é abrir estradas” – e, claro, cobrar pedágios exorbitantes -, sem incluir nisso a estrutura necessária de apoio e segurança aos que por elas transitam.

Digam o quanto quiserem dos investimentos que fazem, das câmeras de vigilância ultra-”inteligentes” que instalam, o fato é que as organizações criminosas também se sofisticam e continuam bem à frente das autoridades nessa corrida que parece infindável.

Veja mais: Roubo de Cargas no Brasil: Um Olhar Profundo sobre Desafios e Soluções

Até porque a diferença nem é o dinheiro investido (afinal, os “comandos” também investem muito nas estruturas criminosas), mas a capacitação dos elementos humanos envolvidos, na “inteligência” usada para prevenir os crimes.

A diferença tem nome: foco. O foco dos criminosos é obter a carga. O foco das autoridades é ficar fatiando os números da criminalidade para mostrar eficiência aqui e ali, sem combater o problema como um todo que é.

Veja mais: Razões do aumento de roubo de cargas – Portogente

Criminosos se infiltram nos aparelhos policiais e têm conhecimento prévio de tudo o que se planeja. De vez em quando também a Justiça põe as mãos em algum conhecido “doutor”, já bem conhecido por continuamente fazer a famosa balança pender para o lado dos seus interesses particulares.

Raramente ficamos sabendo de infiltrados nas organizações criminosas, que consigam usar sua estrutura ilegal para desarticulá-las. Na mais extrema das formas, temos até um “novo cangaço” agindo onde os velhos cangaceiros nunca estiveram. Com dia e hora previamente marcados.

Quando essa paisagem vai mudar?

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