Os empresários sabem que os problemas no transporte de carga não se resumem aos crimes cometidos por quadrilhas
Comemoram nesta semana, as empresas seguradoras e a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a redução significaiva na quantidade de roubos de cargas no Brasil. E fazem uma relação direta com a nova legislação de seguros. Mas...
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Dia 23/9/2024, caminhoneiro passa à pista contrária, mata motociclista e atinge outros veículos, na rodovia SP-055
Imagem: fotograma de vídeo de monitoramento da rodovia/Divulgação
Mas... mesmo cautelosos com os números (a amostragem ainda é pequena para garantir uma tendência), os empresários sabem que os problemas no transporte de carga não se resumem aos crimes cometidos por quadrilhas (elas podem por exemplo ter desviado temporariamente o foco para crimes cibernéticos, nem sempre contabilizados). E o setor do transporte rodoviário precisa analisar de forma mais profunda tudo o que leva aos ‘rebites’ usados por caminhoneiros – e suas consequências.
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Os números anunciados pela CNT: nos primeiros sete meses de 2024, foram registrados 5.527 ocorrências pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp), 11% menos que de janeiro a julho de 2023. “A redução é positiva, mas as ocorrências continuam altas, e o trabalho de prevenção e repressão precisa continuar”, analista a entidade.
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Essa queda numérica é relacionada pela CNT à vigência (desde junho de 2023) de uma nova legislação de seguros que transferiu para o transportador a obrigatoriedade da contratação dos seguros de responsabilidade civil sobre cargas, com o direito de escolha do Plano de Gerenciamentto de Riscos (PGR), o que ajuda a fortalecer o controle e a segurança das operações logísticas.
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Também nesta semana, em 30 de setembro, foi publicada no ‘Diário Oficial da União’ a resolução 472 do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), de acordo com a lei 14.599/2023. estabelecendo diretrizes gerais aplicáveis aos seguros obrigatórios de responsabiliade civil dos transportadores de carga, com mudanças significativas na operaçao destes seguros, consolidando-os em um só conjunto normativo para todos os modais.
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Nestes últimos dez dias, há mais mudanças registradas no setor. Entre elas, no Estado de São Paulo, começaram a funcionar mais onze radares em rodovias administradas pela Eixo SP, cuja Coordenadoria de Segurança Viária destaca serem equipamentos importantes para ajudar na preservação da segurança do usuário, via fiscalização da velocidade máxima permitida, já que “a velocidade excessiva é um dos principais fatores que contribuem para o registro de acidentes”.
Maravilha! Falta só resolver uns probleminhas bem simples, como garantir em leis e na prática que o motorista do caminhão não precise de ‘rebites’ (drogas) para ficar acordado enquanto dirige por horas infindáveis nas esburacadas estradas, desviando de obstáculos e tendo de acelerar para cumprir horários de entrega apertados nos locais de carga e descarga, alcançar em tempo os pontos de reabastecimento/manutenção e alimentação/descanso nas estradas e pagar suas contas no final do mês. Afinal, onde mesmo ficam 30% da produção agrícola nacional, depois que saem das fazendas? E existe algum radar que apanhe caminhão dirigido por zumbis?