Sexta, 22 Novembro 2024

Sem a dragagem, a navegação comercial em portos e os navios oceânicos atuais não existiriam

Dad 09FEV2023Como o Sidarta, personagem do livro de Hermann Hess que conversa com as águas do riacho, o engenheiro Luiz Alberto Costa Franco fala com a lama do canal de acesso ao Porto de Santos. Quando na chefia, por 40 anos, dos serviços de manutenção dessa entrada e saída de embarcações no principal porto brasileiro, elaborou estudos profundos e debateu esse estuário em importantes congressos internacionais. Pioneiramente, ele defende o contrato da dragagem de manutenção, dessa pujante via estuarina, por resultado e a longo prazo. Como vem anunciando, acertadamente, o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB).

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Ainda que pareça não ter dificuldade alguma, a dragagem do porto não é para leigos. Trata-se de assunto técnico especializado, um fator fundamental na competitividade logística, tem custo elevado e precisa ser teoricamente equacionada para otimizar a sua relação custo/benefício, na composição da tarifa portuária. Ou seja, influência o custo e a escolha do porto que tem reflexos na importação e exportação. Hoje permite-se a falta de economicidade que se assiste no contrato de dragagem vigente com a Van Oord e deveria ser explicada pelos órgãos de controle. Por que não se manteve o contrato anterior R$ 100 milhões mais barato e estabeleceu-se um novo prazo, mais longo que o da alardeada e fracassada desestatização?

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Portanto, parece que vai ter fim o mar de lama da dragagem do Porto de Santos. Além da governança, vai melhorar a eficiência desses serviços e reduzir os custos portuários. O contrato será fundamentado na manutenção das cotas (profundidades) de projeto do canal de acesso, que é a finalidade da dragagem. Tecnicamente, permite maior produtividade do emprego da draga, tanto na visão do porto, como da contratada.

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Ao abordar o serviço de manutenção das profundidades desse canal de acesso, devem ser elaborados estudos técnicos: do solo do fundo; do regime de assoreamento, bem como da vantagem de se realizar a cota de sobredragagem para aumentar o ciclo e obter maior produtividade do equipamento. E, também, da vantajosidade do modelo, demonstrada por curvas do desempenho, com resultados eficazes na manutenção: das profundidades de projeto e custo menor dos serviços.

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Esta inovação vai possibilitar o fortalecimento do trem de dragagem nacional e gerar emprego para tripulações brasileiras. A extensão da nossa costa exige autonomia na manutenção das profundidades dos seus portos. Os contratos com prazos alongados permitem perspectivas de investimentos mais robustos e melhor qualidade dos serviços prestados. É possível antever um modelo inovador dos serviços de dragagem, com resultados surpreendentes e irreversíveis.

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De prático, a privatização do canal de acesso anunciado pelo ministro dos Portos se traduz por um modelo de contrato vinculado aos objetivos desses serviços. Muito diferente de hoje, vinculado ao volume de material dragado. Portanto, critérios distintos na hora de elaborar uma proposta para concorrer e atribuir meta clara à estratégia de manter a profundidade eficiente aos navios.

Portopédia
* Dragagem Portuária

* Foto ilustrativa: Ivan Bueno/Appa

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