Quando um refrigerador não é um refrigerador? Quando ele está em Pitsburgh no momento em que é desejado em Houston. (J.L.Heskett)
Desde 2008, quando Portogente promoveu o debate no auditório da autoridade portuária, antiga Codesp, sobre construir hidrovias, com participação de representantes dos 6 municípios da Baixada Santista com ligações fluviais com o estuário do Porto de Santos, houve muitas iniciativas nesse sentido. Entretanto, sem qualquer consequência. A única razão palpável é que o principal porto do Hemisfério Sul não tem gestão à altura do seu papel, como se assiste e tem sido apontado.
Porto de Santos passará a usar hidrovia — Foto: Divulgação/Codesp.
Relatório técnico
* Estudos hidroviáraios da Baixada Santista - clique aqui.
Enquanto isso, às margens do Rio Casqueiro, que deságua no estuário do porto, vem ocorrendo uma expansão da atividade portuária por avenidas das cidades e impactando o viário. Porque uma ponte, em Cubatão, cuja altura (calado aéreo) não permite o trânsito de embarcações com contêineres, impede a navegação fluvial. É a partir desse tipo de realidade que convém retomar esse debate. Pois, a necessidade e a viabilidade dessas hidrovias são uma decisão definitiva.
Instituto de Engenharia
* Bussinger defende hidrovia no litoral paulista para reduzir gargalos
No início do século XX, quando da construção do Porto de Santos pela Companhia Docas de Santos (CDS), todo o material da construção da usina hidrelétrica de Itatinga, que alimenta de energia boa parte do porto, foi transportado pelo canal da Bertioga. Recentemente, a fábrica de pás eólicas, Tecsis, em Sorocaba/SP, fechou por causa da sua logística dispendiosa, para exportação da sua produção pelo Porto de Santos. Cuja solução teria sido dada se instalada em Bertioga, à margem do canal e competitiva com as pás eólicas fabricadas no porto de Suape/PE.
Leia mais
* Pás eólicas para exportação se fabrica nos portos
Outra situação contraproducente na conquista dessas hidrovias tem sido a politização partidária entre a Santos Port Authority (SPA) e a estadual Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), que tem estudos de qualidade para a construção dessas hidrovias. O papel desimportante da Agência Nacional de Transportes Aquaviários ( Antaq) nesse projeto, põe em ´dúvida a eficácia dessa agência nas políticas portuárias e sugere a necessidade da sua revisão quanto ao mais importante porto brasileiros.
Agência Metropolitana de Desenvolvimento - Agem
* Dados gerais da Baixada Santista - Condesb
Tais fatos, expõem um Porto de Santos desalinhado com o seu papel principal de atrair carga e ser produtivo. Sem abrir acessos, inviabiliza a sua expansão e o seu crescimento com retro áreas integradas por hidrovias, com prejuízo na competividade do produto nacional no mercado internacional. Faltam planejamento, liderança forte e conhecimento técnico. É disto que vamos falar sobre as Hidrovias do Porto de Santos.
Dia a Dia - Portogente
* Ministro da Infraestrutura garante o túnel submerso do Porto de Santos