A reforma dos portos brasileiros precisa ser demonstrada por um planejamento estratégico incontestável, possível.
Se há uma certeza no Brasil é a de que a política está tensa e vai ficar pior, até outubro de 2022. Neste clima, em Santa Catarina mais de 5 milhões de eleitores irão às urnas escolher quem vai ocupar os cargos políticos mais altos do Estado e do Brasil. O resultado da prorrogação do Convênio de Delegação do Porto de Itajaí, a vencer em 2022, vai sopesar os 75,92%, o maior percentual nacional, dos votos catarinenses dados ao candidato Jair Bolsonaro, em 2018.
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Talvez, por causa da obscura, absurda e festiva renovação antecipada em 2020, da delegação do porto de Paranaguá, PR, que venceria em 2026, o orgulho Barriga Verde indigna-se pelo tratamento discriminatório e sem fundamento técnico que vem sendo dado ao seu porto de Itajaí. Decerto, Santa Catarina não vai permitir estragar seu projeto portuário exitoso, para atender, sabe-se lá qual, o interesse federal que até agora não foi justificado.
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O programa de desestatização dos portos, do ministério da Infraestrutura (Minfra), por falta de explicação razoável da sua finalidade, não tem o apoio de qualquer comunidade dos portos em que ele vem sendo aplicado. Até mesmo o recém-lançado Plano Nacional de Logística (PNL) precisa esclarecer as conexões com as logísticas portuárias. A exemplo do caso do projeto de gás no Porto de Santos que põe a cidade sob ameaça e não pode prosperar.
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A logística brasileira não tem margem para experimentos inconsequentes, como a bobagem de adotar o paradigma de portos australianos. Entretanto, a comunidade de Itajaí está alinhada, tem vozes fortes, e está motivada pelo sucesso real do modelo do seu porto produtivo. Além disso, com planejamento estratégico que não existe no projeto governamental. Portanto, há absoluta convicção de que o melhor caminho é a renovação da delegação municipal.
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Na análise do processo das delegações dos portos de Paranaguá, Rio Grande e Rondônia é nítida a falta de critério técnico, e a predominância gritante da avaliação política. Apesar da falta de isonomia no tratamento do porto de Itajaí, o que os políticos catarinenses defendem é o modelo exitoso do seu porto, analisado sob a ótica dos resultados. Por isso, exigem o perfeito equilíbrio das decisões governamentais.
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