Porto marítimo é uma entidade complexa e dinâmica com a interação entre os vários agentes da cadeia logística, disparidades regionais e diferentes modernizações.
Com alarde, a diretoria do Porto de Santos anuncia iniciativas de arrendamentos realizados de forma descuidada, afoita e sem uma estratégia que aponte uma modernização da gestão portuária. Carente de contexto, limitam o processo de desestatização do principal porto do Hemisfério Sul. Ainda que investimentos sejam necessários para atenuar a crise que sufoca o Brasil, conveniências de ganhos ocasionais não podem matar a galinha dos ovos de ouro.
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* Desestatização dos portos de Santos e São Sebastiao apartados
Tratar o porto como boxes comerciais temporários, desconsidera o conceito de modernização da gestão portuária baseada no modelo de governança. A começar por explicar como e para onde ele deverá crescer, levando em conta as características insular e estreita da cidade, que exigem preocupação com aspectos sociais e ambientais. Ao colocar atividade do porto do futuro no já esgarçado projeto do ano de 1892, sem engenharia, obstrui a principal artéria do Porto de Santos.
Editorial
* Desestatização do Porto de Santos ameaçada
Um horizonte estranho ao processo de desestatização, que está anunciado como um caminho para o futuro do porto, tal qual o do Eduardo Guinle, no século XIX, quando venceu a concessão por 90 anos. Construiu um porto estado da arte. Diferente de propor um “patchwork”, com retalhos oportunistas. É imperioso o basta do presidente Bolsonaro, que nunca visitou o principal porto brasileiro, mas cancelou agendamento feito, e volta e meia frequenta a região.
Nossa palavra
* Nossos portos têm mais Brasília e menos Brasil
O fato do presidente da Autoridade Portuária, Fernando Henrique Passos Biral, estar há pouco tempo no cargo, não ser do ramo e morar fora da cidade, aponta carência nas percepções das linhas estratégicas de expansão do porto. Porto é lugar de muitos fluxos interativos exigentes de harmonia. Em especial, na relação Cidade e Porto. São graves os riscos à cidade, no condomínio onde se armazena granel químico no Porto de Santos.
Da Redação
* Sem informação sobre investigação de pagamento de dragagem da Dragabrás
Diante do quadro desnorteado na gestão do Porto de Santos e ameaçador da vida da cidade, resta à Câmara Municipal de Santos cumprir o seu papel original de bem verear. Afinal, o Porto de Santos é tão porto, quanto cidade.