Artigo do presidente do Grupo CCR, Leonardo Vianna, na Folha de São Paulo, passa a impressão de pretender com metáforas induzir à desatenção do passado recente de tanta corrupção e com casos na Justiça ainda inconclusos, envolvendo uma das maiores concessionárias de rodovias e serviços brasileiras. É um setor que tem fortes reflexos na economia nacion. Segundo dados do Banco Mundial, 58% do transporte de cargas e passageiros são realizados por meio de rodovias no Brasil.
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O atraso de infraestrutura dos nossos transportes deve-se à cartelização que há muito é modus operandi de concessionárias e empreiteiras. Assim, paga-se muito por pouco realizado, com qualidade de execução aquém do possível e necessário. Entretanto, também é fato que essas empresas acumularam um acervo técnico mundialmente reconhecido. Todavia para se corrigir o nível de corrupção que se constatou não serão suficientes meras declarações de estar em conformidade com atos, normas e leis, e compromisso com seu efetivo cumprimento (compliance).
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Tem razão o presidente do Grupo CCR quando afirma que o desafio no País é harmonizar e potencializar técnica-gestão-regulação. Uma agência reguladora não pode ser capturada pelas concessionárias de serviço público, como os tantos, e não poucos, casos ruidosos envolvendo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Também os acordos milionários, que essa concessionária vem realizando com a Justiça, são prova inequívoca da corrupção ser uma das principais causa do desequilíbrio daqueles três fatores.
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A resultante dessa trinca é o nosso atraso em relação à tantas referências mundiais. Portogente sempre esteve atento ao processo eletrônico de controle de velocidade e da cobrança dos pedágios nas rodovias. E a possibilidade de aumentar o número de multas preocupa os usuários dessas estradas e sobremaneira ao Presidente da República Jair Bolsonaro. Acrescente-se o fato de o Brasil ter o maior percentual de rodovias pedagiadas no mundo, dez vezes maior do que nos Estados Unidos.
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Não falta projeto importante para ser implantado em todo o Brasil. Porém, as indesejáveis e danosas intercorrências nessas implantações explicam o fato apontado pelo presidente da CCR, “o Brasil tem ficado muito atrás do bloco de países que olham para a infraestrutura com respeito". Sobre esse atraso, muito tem a explicar e se justificar ao povo brasileiro a empresa presidida por Leonardo Vianna.