Quem observa os urubus voando percebe que muitas vezes eles alçam alturas sem bater asas. Aproveitando as colunas de ar quente, conhecidas como térmicas, eles sobem sem gastar o mínimo de energia. Esse fenômeno vem sendo estudado pela ciência, que está usando inteligência artificial (IA) para aumentar a eficiência das aeronaves.
Crédito da foto: Flat Glider Vector.
O objetivo é que as futuras aeronaves autônomas, assim como os urubus, possam tirar vantagem das térmicas, economizarem energia e eliminar o barulho. Também se espera que a IA possa ajudar a descobrir exatamente como os pássaros fazem isso tão bem.
Ao treinar seu algoritmo, os cientistas descobriram que alguns fatores - particularmente a aceleração vertical do vento e o torque lado a lado - eram importantes ao ensinar o planador do sistema a navegar sem problemas. O mesmo, eles sugerem, pode ser verdade para os pássaros.
Para criar seu sistema de IA, os pesquisadores usaram o aprendizado por reforço. Esta é uma ferramenta de treinamento que funciona como tentativa e erro. O sistema recebe uma série de entradas e é solicitado que ele aja de uma maneira que maximize uma certa recompensa. Ele começa sem nenhum conhecimento da tarefa e aprende a se comportar corretamente ao longo do tempo. Neste caso, a entrada consistia em informações de voo, como o passo do planador, guinada, velocidade no solo e velocidade no ar. A recompensa que buscava era maximizar sua taxa de subida (a velocidade com a qual ganhava altura).
Os pesquisadores treinaram seu algoritmo primeiro em um simulador e depois na vida real. Eles realizaram cerca de 240 vôos nos céus de Poway, na Califórnia, que duraram, em média, cerca de três minutos. Eles dirigiram seu planador para um local fixo usando um controle manual e, então, a IA assumiu, usando as correntes de ar das térmicas (que podem viajar tão rapidamente vários metros por segundo) para subir ao céu.