Artigo da semana passada da revista inglesa The Economist considera que a América Latina está trancada pela sua infraestrutura inadequada. Sobre tal afirmação pode ser dito que se trata de uma visão do presente. É inegável as boas perspectivas para o seu futuro. Neste caso, confirmam a exatidão e qualidade do planejamento para a integração do Mercado Comum do Sul ( Mercosul), a exemplo do recente acordo para a ponte entre o Brasil e o Paraguai.
Obras como a da ferrovia Transnordestina mostram com clareza que não é a qualidade dos projetos que emperra a implantação de infraestrutura. Tantos projetos inacabados ou atrasados têm como principal causa a forma como são aplicados os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sem cumprimento de metas e nem das finalidades.
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Galloro no BNDES
Integrar e fortalecer o Mercosul impõe uma importante participação econômica sustentável mundial do continente sul-americano. "Trabalhar com a noção de contexto é trabalhar com o que não se vê e frequentemente é ainda mais importante que o visível", afirma o grande Milton Santos. Na conjuntura comercial mundial, essa integração pode e deve ser um jogo de ganha-ganha, onde todos ganham tanto regionalmente, quanto aos demais blocos econômicos.
No âmbito dos blocos econômicos existem diferentes objetivos e distintos níveis de relações econômicas, aos quais são atribuídas múltiplas hierarquias. Ao horizontalizar a cooperação no ambiente sul-americano, o Mercosul amplia e fortalece as superfícies logísticas de contato com os demais blocos comerciais globais. Sob o aspecto humano e cultural nesse produtivo processo, as raízes latinas e as línguas irmãs, espanhol e português, são agente de competitividade.
Por sua posição geográfica e produtiva, cabe destaque ao Brasil na mediação regional e interlocução com os demais blocos comerciais. Nesse papel deve promover com máxima agilidade e decência, ações ágeis e decentes para levar adiante os projetos pró integração do Mercosul, bem como elevar o padrão de vida e consumo de uma população de 350 milhões de habitantes, ao aumentar o comércios atual entre países de U$ 40 bi para U$ 50 bi nos próximos 5 anos.