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Caros leitores,

 

 

Em continuidade ao relato da evolução da navegação fluvial na França, hoje iremos abordar o transporte de madeira por flutuação, onde foi utilizada pela primeira vez uma técnica de logística: a unitização.

 

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A madeira foi importante na economia da França Antiga, como matéria-prima para a construção, para o mobiliário e para a carpintaria de carroças. Foi, também, o combustível por excelência para o aquecimento doméstico, para a panificação e para os usos industriais.

 

Paris foi o mais importante centro consumidor de madeira e o desmatamento se estendeu pouco a pouco até áreas distantes da capital francesa. No fim do século XVIII, a madeira consumida vinha principalmente da região de Morvan pelo Alto Sena, Yonne e seus afluentes, graças a flutuação.

 

 

 

Le flottage à bûches perdues à Clamecy vers 1880 – A flutua-
ção à “lenha perdida” em Clamecy por volta de 1880.

 

A flutuação era composta por duas fases sucessivas, a flutuação à “lenha perdida”, que era utilizada nos afluentes do rio Yonne, especialmente adequado para essa finalidade, e depois por flutuação “em comboio”, de Clamecy à Paris.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Les débardeurs – Os desembarcadores

 

Em Clamecy, a 250 km de Paris, os troncos de lenha, jogados nos pequenos afluentes à montante,  eram retirados d’água, classificados por tamanho e dispostos em pilhas. Eram então agrupados em fardos ao longo de margens suaves que facilitassem a recolocação na água. Amarrados em comboios eram conduzidos até Paris, carregados pela correnteza.

 

 

Construction d’un coupon de bois – Construção de um fardo

de madeira.

 

Nos períodos de estiagem, barragens eram abertas simultaneamente, para criar uma enchente artificial. Essa técnica, chamada de “navegação por eclusagem” ,fornecia a profundidade de água necessária para fazer flutuar as “jangadas” de madeira e a correnteza permitia um deslocamento “rápido” em direção à Paris, com uma velocidade aproximada de 5 km/h.

 

Nos trechos estreitos do leito do rio, nas pontes e ilhas, ocorriam freqüentes choques entre os comboios e eventuais embarcações que estivessem na correnteza, ocasionando danos e atirando pessoas na água. Em Paris, os blocos de lenha eram retirados d’água para secagem e comercialização em mercados livres ao longo do Porto de Grève, próximo de Notre Dame.

 

 

Port de Grève – Porto de Grève (Porto da Praia). Mercado livre

nas margens do Rio Sena. Torre da Catedral de Notre Dame à

direita da gravura. No primeiro plano à esquerda uma

embarcação com tonéis de vinho.

 

 

 

Port de Grève – Porto de Grève (Porto da Praia). Desembar-
que de lenha, feno e cereais.
Ponte de Notre Dame ao fundo

no centro da gravura.

 

No Brasil, essa prática também foi utilizada no Rio Uruguai, divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no transporte dos troncos de araucárias, “pinheiros do Paraná”, até o porto de Buenos Aires, do final do século XIX até meados do século XX.

 

No Canadá a flutuação ainda é utilizada para o transporte de madeira em toras até o Porto de Vancouver. Na Amazônia infelizmente esta pratica também é utilizada no contrabando de madeiras nobres, como o mogno e outras espécies em extinção.

 

 

Referência bibliográfica:

 

BEAUDOUIN, F. Paris e la batellerie du XVII au XX siécle. Paris: Editions Maritimes & D’Outre Mer, 1979. 32p.

 

Henry, B.,Henry M. Voyageurs aux longs jours. Paris: Les Éditions Arthaud, 1982.216p.

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