Faça sol ou faça chuva. Todas as semanas é possível encontrar ativistas protestando contra o embarque de animais vivos na Rua Antônio Prado, acesso ao Porto de Santos, o principal do País. Esse tipo de operação não era comum no litoral paulista, tendo sido realizada esporádicas vezes nas últimas duas décadas. Ainda assim, as operações com carga viva não são novidades no Brasil. O tema chegou ao grande público em 2015, após trágico acidente com embarcação que transportaria cinco mil bois vivos a partir do Porto de Vila do Conde, no estado do Pará. Desde então, grupos de pessoas que se opõem ao abate dos animais deixam claro a insatisfação às administradoras dos portos e à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Na última terça-feira (30) a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santos anunciou uma multa à companhia Minerva Foods, no valor de R$ 1.469.118,00, por maus tratos aos animais durante o deslocamento até o Porto.
Quintal do vizinho - O comércio de mercadorias entre países da América do Sul ganhou intensidade nos últimos anos, mas os fluxos de cargas ainda dependem muito de ações governamentais. O Brasil, por exemplo, calcula aumentar as exportações para a Colômbia em mais de 10% em 2018 devido ao Acordo de Complementação Econômica (ACE) 72. Os setores que mais comemoram a parceria são a indústria têxtil e a automotiva. Somente no ramo de automóveis, o Brasil poderá vender até 50 mil veículos aos colombianos com alíquota zero. Por outro lado, a Argentina procura novos destinos ao diminuir drasticamente a venda de automóveis ao Brasil, reduzindo de 371.961 unidades em 2013 a 135.900 unidades no último ano. Os principais destinos, considerados "alternativos" para o escoamento da produção automobilística argentina, são o Caribe e a América Central, que hoje representam 8,5% do total de exportações do vizinho sul-americano no setor.
Parada dura - Um infeliz exemplo de incompetência no setor de transportes no Brasil é a construção da Ferrovia Transnordestina, que, caso algum dia seja concluída, ligará importantes polos produtivos nos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco, com ramais desaguando nos portos de Pecém e Suape. Ainda longe da finalização, as obras já consumiram mais de R$ 6 bilhões, sendo R$ 3,5 bilhões oriundos de recursos federais. Os trechos já construídos apresentam visíveis sinais de desgaste. O mais recente capítulo do dramalhão foi uma reunião envolvendo o governador do Piauí, Wellington Dias, e o diretor de Portos e Logística da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Pedro Brito - o primeiro ministro da Secretaria Especial de Portos. Não há data para a continuidade das obras.
No Tio Sam - Em vídeo publicado no WebSummit Porto Sustentável, o prático e membro do Conselho Técnico do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), Carlos Alberto Souza Filho, revelou que cerca de 40 profissionais irão visitar um centro de treinamento em Covington, Lousiana, nos Estados Unidos, para entender melhor as reações hidrodinâmicas de grandes embarcações. A categoria encomendou o treinamento de navegação de acordo com as características do canal de acesso ao Porto de Santos. A experiência será realizada no primeiro semestre de 2018 em embarcações com escala de 1/25 em relação ao tamanho real dos navios. O Conapra, segundo Souza Filho, mandará práticos de diversas regiões do Brasil para obter esse conhecimento em Covington.
Abrindo o olho - Reportagem publicada pelo Diário Catarinense destaca o investimento de capital chinês no projeto do Terminal Graneleiro Babitonga (TGB), em São Francisco do Sul. O custo total do empreendimento é orçado em R$ 1 bilhão e espera-se que a estatal chinesa Cofco, gigante graneleira que já atua em território brasileiro, invista 20% do total.