Três fases são essenciais na construção deuma rodovia: planejamento, projeto e construção. No planejamento define-se afunção principal da rodovia, que pode ser comercial, turística ou militar. Afinalidade a que se destina a rodovia determina seu traçado, resistência emateriais a serem usados no projeto.
Se a rodovia for destinada a usocomercial, seu traçado é curto e deve permitir acesso rápido e fácil aos centroseconômicos da região a ser integrada. A rodovia turística precisa ligar todos ospontos de interesse. Uma estrada desse tipo só eventualmente servirá para otransporte de cargas e assim poderá ter curvas fechadas e rampas íngremes, commenor capacidade de escoamento do tráfego. A rodovia de finalidade militar deveaproveitar ao máximo a topografia do terreno e reduzir o uso de obras de arte(viadutos e pontes), alvos fáceis de ataques.
Na fase do planejamento são calculadostambém o volume, velocidade e densidade do tráfego, os tipos e pesos dosveículos que farão o trânsito na rodovia, as horas de maior volume do tráfego, apossibilidade de acidentes e engarrafamentos e os custos de construção, operaçãoe manutenção. A densidade demográfica das regiões a serem servidas e o tipo deatividade econômica também são levados em consideração. Consultam-se estudos docrescimento da frota de veículos do país e suas repercussões sobre a capacidadefutura de escoamento da rodovia e sua possível ampliação.
As informações coletadas na fase doplanejamento são usadas para fazer o projeto, que consiste basicamente dosdesenhos da planta da estrada, de seu perfil transversal e longitudinal e desuas obras de arte; do dimensionamento das obras e da elaboração do orçamento.Depende da experiência e perícia dos engenheiros a localização de rampas suavesno terreno natural, sem grande afastamento do curso teórico mais curto entre ospontos que se pretende ligar.
A planta de uma rodovia consiste de umasérie de segmentos retos concordados por curvas. A rodovia deve adaptar-se aoterreno, contornando os obstáculos naturais ou transpondo-os por meio de obrasde arte. Os raios das curvas devem ser os maiores possíveis, estipulando-se umvalor mínimo que varia em função dos acidentes do terreno e do tráfego previsto.Qualquer que seja esse valor, a moderna engenharia de construção de rodoviaspreocupa-se com os problemas de segurança e visibilidade.
O perfil longitudinal da rodovia é umasucessão de rampas, planos e declives condicionados pela topografia do terreno,cujas ondulações são atenuadas por uma sucessão de cortes e aterros. As rampas edeclives só muito raramente excedem a inclinação de cinco por cento e osdiversos segmentos são ligados por curvas circulares ou parabólicas.
O perfil transversal é formado por umapista pavimentada, protegida por acostamentos laterais e depende do tráfegoprevisto e da ondulação natural do terreno. A pista pode ter largura que variade 2,5m em estradas secundárias até 12 ou 18 metros nas rodovias principais. Nasestradas com largura superior a 12m, é freqüente o emprego de duas pistas,separadas por canteiros de dois a cinco metros de largura, gramados ouarborizados. Cada pista é destinada ao trânsito em mão única. Nos trechos emcorte a pista é protegida lateralmente por valetas, de modo a assegurar o rápidoescoamento das águas das chuvas.
O pavimento é a superfície lisa eimpermeável sobre a qual os veículos circulam, constituída de material deresistência e durabilidade adequadas ao tráfego estimado e às condiçõesmeteorológicas. O pavimento compõe-se de duas partes: a primeira, que é a camadade fundação, serve de alicerce e a segunda, denominada camada de desgaste, édisposta por cima da primeira e constitui a superfície.
A camada de fundação destina-se a oferecerresistência às cargas verticais e transmiti-las ao terreno, distribuindo-se poruma área cuja extensão varia de acordo com a consistência do solo. Usa-segeralmente uma camada de macadame ordinário (feita de brita e saibro fortementecompactados) ou de concreto magro. A espessura depende da natureza do terreno edo valor das cargas que vão transitar pela estrada e oscila entre 15 e 25cm.
A camada de desgaste deve ter as seguintescaracterísticas: resistência às cargas verticais e ao desgaste, superfície planae aspereza para evitar as derrapagens. O efeito mais violento a combater é odesgaste provocado pelas rodas dos veículos, o que exige o uso de materiaisresistentes e aglutinados, capazes de evitar o desagregamento pela ação dasrodas. Entre os tipos mais comuns de pavimento de desgaste destacam-se omacadame ordinário revestido de uma camada betuminosa, paralelepípedos ou placasde rocha dura, agregado impregnado de asfalto, concreto etc., cuja escolha exigeestudos prévios sobre a intensidade do tráfego e a tonelagem média. Enquanto asrodovias de tráfego leve devem ser dotadas de pavimento aderente e resistente aodesgaste, as de tráfego pesado exigem camadas de fundação mais sólidas.
Sinalização e manutenção
Depois da abertura da estrada e preparaçãodo pavimento de acordo com as especificações do projeto, é feita a demarcação esinalização da rodovia, de modo a orientar os motoristas quanto aos limites develocidade adequados a cada trecho, às entradas e saídas e às distâncias de cadalocalidade servida pela rodovia. A obra é terminada com a arborização e outrosacabamentos de caráter paisagístico.
A manutenção da estrada, geralmente funçãode órgãos públicos ou supervisionada por eles, deve ser permanente e interferiro mínimo possível com o fluxo de tráfego. Dependendo do tipo de pavimento, serápreciso remendar buracos na superfície asfáltica, cimentar rachaduras noconcreto, nivelar estradas de terra com o uso de tratores, renivelar placas deconcreto mediante a injeção de material, consertar proteções, reparar valetas,aterros e cortes, pintar a sinalização e remover a vegetação excessiva.
Os transportes fluvial, naval, ferroviárioe aéreo são de importância vital para a economia de cada país. A rodovia, noentanto, mantém sua antiga e insubstituível finalidade de comunicação eabastecimento dos núcleos populacionais. Sua construção e manutenção continuamsendo atividades essenciais à infra-estrutura de cada nação.