Quinta, 18 Abril 2024

Em audiência pública realizada na manhã de segunda-feira (28/08), na Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, a Frente Parlamentar em Defesa do Polo Naval de Rio Grande, proposta pelo deputado estadual Nelsinho Metalúrgico (PT), debateu a situação do indústria naval desenvolvida no Estado e seus impactos em Rio Grande, São José do Norte e outros municípios cujas empresas eram fornecedoras de equipamentos para o polo.

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Sem a presença de algum representante do primeiro escalação do governo de José Ivo Sartori (PMDB), os participantes descreveram um cenário de abandono, com dezenas de milhares de empregos perdidos e transformação em sucata de plataformas que seriam utilizadas para a exploração de petróleo. Em diversos momentos, o que ocorreu na região foi descrito como um "crime contra a nação" ou "crime lesa pátria", isto é, contra a soberania nacional.

A frente parlamentar foi lançada em 18 de abril deste ano, como um "pedido de socorro" para salvar os empregos e empresas locais. Presente na ocasião, o prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, diz que pouco ou nada avançou desde então. Pelo contrário, na verdade, com a notícia de que a plataforma P-72 será "picotada" e vendida a preço de sucata, a P-73 será abandonada e a P-71, que está em estágio avançado e conclusão e sobre a qual havia uma expectativa de que pudesse ser concluída, também terá como destino virar ferro velho. "Existe um cenário de decisão política nacional, uma mudança na política industrial, inclusive na própria Petrobras, acompanhando uma visão de país como Nigéria, Angola, que são meros produtores de petróleo. Ao contrário de outros, como Canadá, México, Noruega e outros tantos que utilizam o petróleo para o desenvolvimento do país", diz.

Durante a audiência, Lindenmeyer e outros participantes lembraram que a Noruega, a partir da receita do petróleo, criou um fundo soberano que hoje tem R$ 900 bilhões em reservas e tem como um de seus objetivos financiar a educação e saúde da população local quando acabar os recursos do petróleo. "O Brasil está fazendo uma mudança de 180 graus na sua política industrial, com três grandes estaleiros consolidados entre Rio Grande e São José Norte, com capacidade de absorção de 30 mil empregos diretos, com capacidade de geração de seis a sete indiretos para cada emprego direto. Então, não é um problema de Rio Grande ou São José do Norte, mas de toda uma cadeia fornecedora de bens, da indústria nacional brasileira, que para construção de plataformas têm um crescimento de valor agregado extraordinário. O que está sendo dito para o país é que o tamanho do Brasil é para ser 'Agro, tech e pop', ou seja, a indústria é para fornecer implementos agrícolas e pouco mais do que isso. O resto é papel lá fora. Do meu ponto de vista, essa mudança é um crime a nação brasileira e Rio Grande e São José do Norte estão recebendo impacto direto através do desemprego, da fome, de pessoas que se qualificaram pelo Prominp, pelo Pronatec, de estaleiros que tiveram tiveram a curva de aprendizagem com equipamentos de última geração e logo ali adiante estarão com os canteiros parados, só com pessoal empregado para manutenção ou para picotar equipamentos", diz Lindenmeyer.

Segundo o prefeito, no pico do polo naval, entre 21 e 23 mil trabalhadores estavam empregados diretamente na indústria naval. Hoje, há cerca de 2 mil trabalhadores e a expectativa é de que, em quatro meses, esse número será reduzido para cerca de 400. Ele cobra que o governo do Estado assuma a linha de frente da luta pelo polo naval, especialmente porque foram investidos mais de 6 bilhões de dólares na indústria do Estado, o que inclui empresas de Marau, Nova Hamburgo, Caxias, Charqueadas, Canoas, Passo Fundo, entre outras cidades, que forneciam bens para essa industria. "Infelizmente, o impacto que está sendo gerado é debastador. Nós saímos de um orçamento, em 2009, de pouco mais de R$ 200 milhões, para que, no ano passado, tivéssemos alcançado pouco mais de R$ 700 milhões. Somente nesse ano, nós teremos uma retração que significará entre R$ 50 e R$ 70 milhões a menos para os cofres públicos", diz o prefeito, acrescentando que o Estado tem atuado de "forma acanhada" e que o governador José Ivo Sartori deveria estar na linha de frente da questão, o que não ocorre.

Lindenmeyer ainda critica o fato de que, em nome do combate à corrupção, quebrou-se a indústria naval brasileira. "Vemos a Samsung na Coreia do Sul participando de um escândalo, mas pergunta: vão derrubar a Samsung? Ou os EUA quando teve a crise imobiliária derrubou o país? Não, o estado foi para a linha de frente reverter o quadro. Aqui não, parece que querem a Petrobras, com a Eletrobras, então é um cenário realmente difícil e na carona temos que ficar atentos a própria Caixa, Banco do Brasil, BNDES, é uma política que, do meu ponto de vista, é um atentado à nação brasileira".

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