Até o fim de março, um grupo local de trabalho vai começar a delinear as primeiras medidas para efetivar a rota de navegação ES-China, e que envolvem aspectos como: redução de custos, benefícios fiscais, fim de entraves burocráticos (desembaraço aduaneiro) etc. É uma discussão de logística e de cunho comercial que envolve armadores, empresários, trabalhadores, governo do Estado e Autoridade Portuária. O mesmo procedimento está sendo adotado em Zhuhai para a prospecção de negócios.
A missão à China resultou na assinatura de um memorando que definiu as próximas etapas do processo, que é complexo, mas possível. Para o presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que liderou o grupo capixaba em Zhuhai, "no momento atual a logística assumiu uma complexidade técnica muito grande e o Porto de Vitória está fora desse cenário. Por isso estamos empenhados em concretizar essa linha direta", disse, acrescentando: "Vitória vai voltar ao mercado. Estamos criando as condições de competitividade dentro do tamanho e das condições de nosso porto, mas vamos voltar porque existem alternativas".
Para dar conta do compromisso firmado, os grupos de trabalho criados em Zhuhai e no Estado, já começaram a definir as agendas. No Espírito Santo, as partes irão trabalhar juntas em quatro pontos: 1 – prospecção de cargas para a linha direta de navegação; 2 – promover a fluidez das operações portuárias; 3 – busca de apoio governamental para a rota direta de navegação; 4 – desenvolvimento de serviços junto às companhias de navegação, de logística e outras partes interessadas.
"Isto só está acontecendo após os chineses considerarem as vantagens geradas pela dragagem do canal de acesso do Porto de Vitória, que está sendo concluída, o que vai permitir o aprimoramento do comércio internacional da nossa hinterlêndia", pontua Montenegro para completar em seguida: "Trabalhamos agora para receber navios de maior porte, aumentando assim a nossa capacidade de carga".
A comitiva capixaba teve extensa agenda de negócios e contatos, que incluiu as regiões de Zhuhai e de Macau (antiga colônia portuguesa, hoje administrada pela China). Na programação, visita ao setor portuário da região de Zhuhai; encontros com secretários gerais da indústria, administradores de portos e empresas de logística; reuniões com o secretário de negócios de Zhuhai e com o secretário de negócios da cidade de Macau; encontro com grupos de investidores.
