O primeiro lote de óleo de palma transportado por cabotagem marítima no País, embarcado dia 26 de julho, no Pará, chegou, no último dia 9, ao Porto de Santos (SP). O lote experimental, de 2.600 toneladas, saiu do terminal da Agropalma - empresa do Conglomerado Alfa e maior produtora de óleo de palma do Brasil -, em Tapanã, em Belém, e desembarcou esta semana no Sudeste.
A operação é um marco e abre um novo horizonte para a produção de óleo de palma, permitindo que a Agropalma e todos os produtores do estado do Pará - região que concentra a cultura - acessem os mercados consumidores de óleo de palma dos estados do Sul e Sudeste a um custo logístico cerca de 50 % inferior ao rodoviário.
A iniciativa é parte do projeto de investimento divulgado há três anos pela Agropalma em seu processo de crescimento. No estado do Pará, a empresa investiu R$ 160 milhões na construção de uma nova usina de extração de óleo no município de Tailândia, R$ 10 milhões em expansão da área agrícola e R$ 5 milhões na ampliação da refinaria de Belém. No Sudeste, o investimento em uma nova refinaria foi da ordem de R$ 260 milhões.
Segundo o diretor comercial da empresa, André Gasparini, com a presença no interior do estado de São Paulo, em Limeira, a Agropalma passa a atender os clientes de forma just-in-time. De Belém, seriam necessários de seis a dez dias para o transporte de carga fracionada e cinco dias para carga a granel. “Com a nova unidade, em Limeira, damos vazão, por cabotagem, ao óleo bruto produzido no Pará e que hoje é exportado por falta de mercado consumidor e condições logísticas acessíveis.”
A refinaria de Belém continuará a processar cerca de 110 mil toneladas/ano de óleo refinado e abastecerá os mercados das Regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste. A nova refinaria, em Limeira, tem capacidade instalada de 144 mil toneladas/ano e visa expandir a área de distribuição industrial e food service da empresa para as Regiões Sudeste e Sul do País. Essas regiões concentram um consumo significativo no mercado nacional de óleos e gorduras e, sob o ponto de vista logístico rodoviário, partindo de Belém, estão inacessíveis não só pelas características técnicas dos produtos, mas também pela concorrência.