A BR-476, entre Adrianópolis e Curitiba, é conhecida localmente como Estrada da Ribeira, referência ao Vale do Rio Ribeira, disposto ao longo do seu percurso até a divisa com o estado de São Paulo. A rodovia possui cerca de 120 quilômetros de extensão e foi a primeira ligação pavimentada do Paraná com a região Sul do estado vizinho, sendo uma alternativa de tráfego à rodovia BR-116 (Régis Bittencourt).
É uma rodovia sinuosa, em pista simples, que atravessa trechos de serra e corta sete municípios: Adrianópolis, Tunas do Paraná, Bocaiúva do Sul, Rio Branco do Sul, Cerro Azul e Colombo, este último na área metropolitana de Curitiba. A via beneficia, diretamente, cerca de dois milhões de pessoas.
As obras de revitalização da BR-476/PR fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento, PAC, e são de grande importância para o estado do Paraná. Enquanto o CREMA 2 assegura de imediato a manutenção da via e, gradativamente, substitui o pavimento danificado permitindo a instalação de outros benefícios incluídos em seu projeto, as obras de contenção de encostas e estabilização de taludes, por sua vez, ampliam a segurança da trafegabilidade.
Esta obra atende, especialmente, a necessidade de melhorar as condições da via, que corta trecho de serra, com estruturas capazes de sustentar na demanda exigida por veículos pesados e proporcionar, por meio de sistemas de drenagem e contenção, a estabilidade de áreas montanhosas sujeitas a chuvas torrenciais em certos períodos do ano.
O empreendimento trouxe grandes benefícios para a região. Além de ser uma alternativa de rota entre os estados do Paraná e São Paulo, a via serve de escoamento das cargas de calcário, granito e madeira.
A extração do calcário alimenta a indústria do cimento e a região atendida pela rodovia, próxima a Adrianópolis, é rica em jazidas de calcário, com potencial de extração ainda por várias décadas, conforme estudos geológicos do setor. No local há uma indústria de cimento e outras duas indústrias em vias de instalação.
A indústria da madeira também é representativa da economia na região atendida pela via. Seu cultivo é direcionado para o corte e o produto final destinado para a construção civil e setor moveleiro, tradicional no Sul do País.
Há várias empresas instaladas ao longo da Estrada da Ribeira, sendo o modal rodoviário o único meio de transporte para atender a região. Além da extração do granito, também transportado pela rodovia, o turismo tem sua participação com atrativos rurais e visitação a cavernas. Devido a seu elevado número de curvas, o município de Apiaí (SP) fornece “diploma” a motociclistas que percorram o trajeto até Curitiba, batizado entre eles de “Rastro da Serpente”.