O Porto do Rio de Janeiro começará a passar por obras de dragagem no início do próximo ano. A presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, assinaram nesta quinta-feira (17/12) ordem de serviço (OS) para mobilização do equipamento, que permitirá o início das obras físicas. A assinatura aconteceu no Comando Aéreo Regional (Comar III), Centro do Rio.
Essa será a segunda fase do processo de dragagem do canal de acesso ao Porto do Rio, o segundo mais importante do País. A primeira fase foi iniciada em 17/12/2014, com assinatura do contrato de dragagem entre a SEP e o Consórcio Van Oord/Boskalis, que venceu a licitação para a execução desse projeto. Ao longo desse ano, foram gastos R$ 5,124 milhões no desenvolvimento dos Projetos Básico e Executivo, bem como nas medidas necessárias para o licenciamento ambiental da obra.
Com a assinatura da OS, começa a segunda fase da dragagem, ou seja, as obras físicas no canal principal de acesso ao Porto do Rio. O investimento nessa nova fase será de R$ 204,876 milhões. O contrato tem duração de 20 meses.
Ao final da segunda fase, o Porto do Rio poderá receber embarcações de carga geral com capacidade até 78% superior à atual, melhorando as condições para o comércio exterior. A consequência será a redução de custos de transporte e o aumento da segurança à navegação, reduzindo o chamado “custo Brasil”.
As obras serão para ampliação do canal de acesso, bacia de evolução e acesso aos berços de acostagem, conforme figura abaixo:
Ao fim da segunda fase, o Porto do Rio poderá receber navios de até 345 metros de comprimento, 48m de boca e 13,5m de calado. O porto estará apto a receber navios com capacidade de transportar até 8.000 contêineres (de 20 pés com cerca de 6 metros de comprimento), ou 8.000 TEUs. Atualmente, aportam embarcações com capacidade para transportar até 4.500 contêineres de carga geral, ou 4.500 TEUs. O porto também poderá receber navios graneleiros de até 75.000 toneladas de porte bruto.
Geração de 5 mil postos de trabalho
O investimento público abre caminho para outras obras portuárias da ordem de R$ 1,5 bilhão. O Grupo Libra e Multiterminais já anunciaram investimentos de R$ 1,02 bilhão, incluindo a ampliação do cais de dois terminais, ambos para 800 metros, com dois berços de 400 metros cada um, já prevendo a atracação de navios de maior capacidade em um futuro próximo.
Há ainda previsão de licitação de arrendamento até o fim do ano de 2016 de quatro áreas no Porto do Rio de Janeiro, pedidos de prorrogação antecipada de contratos e de autorização para construção de Terminais de Uso Privado (TUP) em análise na SEP, entre os quais os feitos por Triunfo Logística e Exxonmobil Química.
Além disso, haverá investimentos no fornecimento e na instalação de novos cabos submarinos e novos alimentadores de energia elétrica, incluindo instalação do sistema de geração de energia em emergência, e em uma nova adutora de água potável no Centro de Instrução Almirante Wandenkolk (CIAW), da Marinha do Brasil.
Tudo isso resultará na geração de até 5.000 postos de trabalho e em impacto direto sobre cadeias produtivas dos setores farmacêutico, automotivo, de óleo e gás, químico e siderúrgico.
Investimentos futuros
Os investimentos nos portos do estado do Rio de Janeiro até 2042 respondem por uma fatia de 14% do total previsto para serem realizados em todo o Brasil nos próximos anos. De acordo com o ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, as obras programadas para o estado somam R$ 6,9 bilhões, considerando arrendamentos (R$ 1,3 bilhão), prorrogações contratuais (R$ 2,8 bilhões) e terminais privados (R$ 2,7 bilhões), sem contar com as obras de dragagem, como a autorizada nesta quinta-feira.
Mesmo sem novas obras, o Porto do Rio foi responsável, em 2014, pela movimentação de 7,5 milhões de toneladas de cargas, além de uma circulação anual média de passageiros que ultrapassa os 500 mil. O estado do Rio de Janeiro é o segundo maior importador do país, tendo registrado R$ 21,7 bilhões em 2014.