Os desafios para o setor portuário nos próximos anos estão sendo acompanhados de perto pelo governo. Segundo o ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, é possível que o volume de movimentações dos portos brasileiros mais que dobre nas próximas décadas.
Para evitar um cenário de demanda superior a capacidade de escoamento da produção nacional, o governo tem trabalhado com objetivos de curto prazo, com leilões de arrendamento de áreas, e de longo prazo, focando o planejamento para o crescimento sustentável do setor.
"Temos certeza que teremos pleno sucesso, com êxito absoluto e investimentos no estado do Pará e também em São Paulo, fazendo com que a atividade portuária tenha este incremento", comentou o ministro.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista com o ministro Helder Barbalho.
Ministro, como está a expectativa para o próximo leilão?
A expectativa é a melhor possível. Estamos leiloando áreas que são profundamente demandadas pela atividade econômica do Brasil. Tanto celulose quanto grãos estão cada vez mais crescentes na produção nacional. Precisamos ampliar a atividade portuária para fazer frente a essas demandas, para escoar para o mercado externo. Temos certeza que teremos pleno sucesso, com êxito absoluto e investimentos no estado do Pará e também em São Paulo, fazendo com que a atividade portuária tenha este incremento.
Quais são os desafios para o setor?
O setor portuário tem crescido no Brasil a cada ano. Nos últimos 11 anos, tivemos um crescimento de mais de 70%. No ano de 2015, devemos fechar com crescimento de 4,8%. Temos uma estimativa para os próximos 25 anos de um crescimento de 103% de demandas de movimentações portuárias. Pensando nisto, o governo planeja ampliar sua oferta. Ampliar através de investimentos privados, que permitam com que o Brasil esteja preparado para este crescimento.
E como atender essa demanda?
Através das concessões, dos leilões dessas áreas, nós estaremos exatamente atendendo essa demanda da nossa economia. No total teremos leilões de 93 áreas. Iniciaremos com quatro áreas, e em seguida faremos novas quatro áreas no Arco Norte, no Pará. Na sequência, outras 85 áreas serão licitadas durante todo o ano de 2016, complementando o planejamento que está feito por nós.
Qual o papel do Plano Nacional de Logística Portuária nesse processo?
O Plano Nacional de Logística Portuária tem como diretriz ampliar a atividade portuária no Brasil com a participação privada. Através dos terminais de uso privado, através das prorrogações dos arrendamentos vigentes e através dos leilões, nós temos convicção de que estaremos ampliando a oferta portuária do Brasil, garantindo investimentos na ordem de R$ 48 bilhões, que se complementarão com os investimentos públicos em dragagem e modernização dos portos. Com isso, o PNLP, que é a diretriz da área portuária do Brasil, integrada com todo o programa logístico do governo, prepara o Brasil para um país mais competitivo em que o nosso produto possa chegar ao mercado externo a um custo mais baixo, garantindo o fortalecimento econômico.
Com as exportações em alta, qual o papel dos portos na recuperação da economia brasileira?
Hoje, 95% da carga do comércio exterior passam pelos portos do Brasil. Temos plena compreensão que o Brasil ainda demandará muito mais da atividade portuária. Pensando nisso, estamos nos antecipando, planejando e efetivando ações que garantam que a atividade portuária possa, cada vez mais, estar adaptada e adequada para o crescimento do Brasil. E desta forma, nós não estamos medindo esforços para garantir o investimento privado, garantir os investimentos públicos e fazer com que o mercado externo a ser atendido pelo comércio local, pela atividade produtiva do Brasil, possa ser garantido.
Fonte: Portal Brasil
