Construir 100 quilômetros de estrada de ferro pelo sudeste do Pará gerando o mínimo de impacto ambiental possível à Floresta Nacional é o desafio que a Andrade Gutierrez enfrenta no projeto do ramal S11D. A ferrovia faz parte do projeto Ferro Carajás, da Vale, de expansão na produção do minério. Trata-se da maior obra de mineração hoje no mundo. Próxima à cidade de Canaã dos Carajás, está sendo construída a usina, cuja infraestrutura foi feita pela Andrade. Já o ramal cabe exclusivamente à empresa. Por ele, o minério de ferro processado será transportado para a ferrovia em direção ao porto Ponta da Madeira, em São Luiz do Maranhão.
O gerente do contrato do ramal, Eugênio Barreto, conta que uma das maiores dificuldades enfrentadas no projeto está na condição climática. A região tem um período de chuvas bem definido, de abril a novembro, e outro de seca, no restante do ano. É durante esta "janela" de verão que os trabalhos devem ser acelerados, para entrarem num ritmo mais lento durante as chuvas.
- Nossa meta é concluir todas as obras de terraplanagem até novembro, para no ano que vem nos concentrarmos exclusivamente na montagem da superestrutura – explicou.
No momento, 58% da obra já foram concluídos. Em abril, a AG entrou na segunda fase de mobilização para aproveitar o verão, quando foram contratados cerca de 2 mil colaboradores.
Segundo Barreto, desde o início do projeto foi feito um trabalho forte de contratação de mão de obra nas comunidades, com a inclusão de mulheres, principalmente na função de sinaleiras. Programas de capacitação foram desenvolvidos, formando um contingente de trabalhadores que poderá ser realocado em projetos futuros.
- A AG vem disponibilizando recursos e dando uma ênfase grande na capacitação dos funcionários que estão no projeto S11D do Ramal – informou.
Preservação ambiental
Para o gerente de QMSS Leônidas Araújo Fernandes, o projeto do Ramal, iniciado em julho de 2013, constitui um caso de sucesso.
- Fomos reconhecidos como benchmark em segurança. Atingimos o recorde da empresa de 18 milhões homens/hora sem acidente com afastamento – destacou.
Segundo Leônidas, por se tratar de um projeto que atravessa uma parte da Floresta Nacional (Flona), a sustentabilidade e o meio ambiente devem ser tratados com um rigor maior do que seria em uma obra comum.
- Trata-se de uma obra linear e itinerante, com 100 quilômetros de extensão que passa por diversas comunidades. São quatro túneis, quatro pontes e sete viadutos, que estão sendo construídos de acordo com todos os requisitos do cliente, de instalação e legais. Não queremos, de modo algum, gerar passivos – relatou.