A segunda semana de fevereiro foi marcada pela alta do dólar. A moeda atingiu R$ 2,874, a maior cotação desde outubro de 2004. Num primeiro momento, tal valorização favorece as exportações brasileiras. Mas, apesar do cenário positivo, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, alerta que é preciso ter uma política de incentivos ao comércio exterior brasileiro, para incentivar a competitividade dos produtos nacionais, além de investimentos em infraestrutura e de reforma tributária.
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“Não podemos depender somente da flutuação do dólar. Precisamos de plano de longo e médio prazo porque o câmbio é variável e não dá para prever”, defende o dirigente. E completa: “Hoje mais de 95% das exportações são por via marítima e temos que ter porto para integrar os modais e ampliarmos o nosso leque de opções para que o câmbio deixe de ser nosso refúgio.”
Segundo Castro, neste primeiro semestre a alta do dólar favorecerá o setor de manufaturados; o setor agrícola, diz ele, só volta a aparecer na balança comercial no segundo semestre do ano. Uma das medidas de incentivo, anunciada recentemente pelo Governo, é o Plano Nacional de Exportações, com data de lançamento prevista para março. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, as políticas se concentrarão em dois eixos: a conquista de novos mercados para os produtos brasileiros e a desburocratização das exportações.
O tema, com certeza, estará em pauta na Intermodal South America, que tem a AEB como apoiadora. O principal encontro do setor de logística, transportes de cargas e comércio exterior das Américas, acontece de 7 a 9 de abril, em São Paulo, paralelamente à segunda edição da InfraPortos South America.