⚓ Estudo técnico projeta aumento de calado no Porto de Paranaguá

Entre 8 e 10 de setembro, a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, participou da simulação de manobras de atracação no Tanque de Provas Numéricos da USP (TPN-USP). Também estiveram presentes representantes da Portos do Paraná, da Marinha do Brasil e do Sindicato dos Práticos dos portos e terminais do estado.
O estudo técnico tem como foco a simulação de manobras de atracação e desatracação em diferentes cenários e deve contribuir para a revisão da portaria que define o calado operacional do canal de acesso ao Porto de Paranaguá.
“As simulações realizadas serão essenciais para que novos incrementos do calado operacional possam ser feitos de forma segura e célere. A expectativa é ampliar de 12,80m para 13,30m, permitindo navios maiores com mais cargas — ganho significativo em capacidade e economia.”
— Rafael Stein Santos, gerente institucional e jurídico da TCP
O diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira, reforçou que as simulações são fundamentais para avançar mais 50 cm no calado atual. Já o prático Marcos Vinicius de Lima Martini destacou que o estudo foi acompanhado de Análise de Risco, assegurando total segurança operacional.
Entre os cenários simulados, estavam manobras de atracação e desatracação de navios porta-contêineres de até 368m de comprimento e 51m de boca. Em janeiro de 2024, a TCP já havia recebido o MSC Natasha XIII, de 366m, sendo o primeiro terminal do país a operar embarcações deste porte.
Atualmente, a TCP é o maior terminal de contêineres da Região Sul e o terceiro do Brasil, segundo a ANTAQ. No 1º semestre, movimentou 744.650 TEUs em exportações, importações e transbordo.
🪨 Obras de derrocagem
Desde 2024, o calado operacional do canal de acesso passou de 12,10m para 12,80m à maré zero, possibilitando até +560 TEUs por viagem. O avanço ocorreu após a derrocagem submarina das Pedras Palanganas, que removeu 20 mil m³ de rochas, doadas depois para obras públicas no litoral paranaense. Todo o processo respeitou o licenciamento ambiental nº 1144/2016 do Ibama, com monitoramento contínuo da fauna e flora.
📑 Concessão do canal de acesso
O leilão do canal já tem data: 22 de outubro, na B3, em São Paulo. O investimento previsto é de R$ 1,23 bilhão ao longo de 25 anos. O projeto prevê aprofundamento, alargamento e melhorias no canal, bacia de evolução e área de fundeio nº 6.
A meta é alcançar 13,3m de profundidade ainda na implantação e 15,5m após a concessão, viabilizando atracação de navios de maior porte. O concessionário será responsável por dragagem, derrocagem, sinalização náutica, batimetria e monitoramentos ambientais, garantindo segurança e sustentabilidade.