Renato Ticoulat Neto é um empresário experiente em limpeza e franchising. Ex-Diretor da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (ABRALIMP), da Associação Brasileira de Franchising (ABF), da Associação Brasileira de Facility (ABRAFAC) e professor de limpeza sustentável da Universidade Secovi e da Facility University, lançou o Sistema de Franquia chamado Limpeza com Zelo
Está na hora de discutir a sociedade que a gente quer. Com o Brasil vivendo um momento complicado, a necessidade de buscar soluções para mudar este cenário só aumenta. Mundo afora, por exemplo, o modelo que está surgindo como protagonista do desenvolvimento socioeconômico, especialmente, nos países emergentes é a microfranquia. E, se há solução para o nosso País sair da crise, ela está nas mãos desse braço do empreendedorismo.
Em diversas regiões da África e da Ásia, as microfranquias são usadas como meios para impulsionar a economia local e gerar uma série de vantagens sociais às comunidades onde os negócios atuam. A partir do modelo, pessoas que dificilmente teriam a chance (e a expertise) de se tornarem donas das próprias empresas aderiram ao empreendedorismo, gerando um avanço socioeconômico irreversível a elas e as suas regiões.
Por seu custo reduzido – negócios de até R$ 80 mil, segundo definição da ABF, mas com muitas custando menos de R$ 10 mil com financiamento em até 48 meses com aval do Sebrae, – as microfranquias estão ao alcance de uma comunidade que está sendo obrigada a empreender sem ter nenhuma vocação. São estudantes, donas de casa e aposentados que buscam um complemento de renda e desempregados criando o seu “autoemprego”, indo à luta para mudar a própria realidade. Não por acaso, o número de abertura de empresas MEI (Microempreendedor Individual) está batendo recordes.
Nesse cenário, a microfranquia se apresenta como uma opção e tanto para a comunidade que quer empreender com quem já fez e deu certo. No entanto, é necessário muito cuidado para não se iludir. Por isso, o franqueado por trás do negócio deve saber trabalhar para desconstruir essas deficiências. Um processo que ainda está em desenvolvimento no Brasil. Ao contrário do que muitos pensam, o baixo investimento inicial não deve ser o único diferencial frente ao modelo já estabelecido de franquias.
Se bem compreendidas, as desigualdades entre os dois tipos de negócios podem possibilitar aos franqueadores e franqueados uma evolução em conjunto. Gerando, a partir das pernas dos próprios brasileiros, uma revolução interna no País. Mas isso exige trabalho – e uma mudança de perspectiva do empresariado.
Um modelo comercial sólido como este é, sim, capaz de promover o desenvolvimento econômico de maneira mais democrática, proporcionando oportunidades de empregos a todos, independentemente da sua habilidade empreendedora. Se bem diluído, esse novo conceito de microfranquia será capaz de compilar sozinho a replicação financeira, sustentabilidade e impacto social para pessoas com pouco capital e menores competências empresariais.
Para isso acontecer, é necessário que os franqueadores adotem diferentes abordagens, investindo na capacitação dos seus franqueados. Chegou a hora de treiná-los em diferentes áreas de negócios, como finanças, empreendedorismo, marketing, vendas e atendimento ao cliente. Com essa relação melhor definida, todos ganham: o franqueado aumenta seu poder aquisitivo e o franqueador expande seus negócios com qualidade. Um modelo de negócio que dá elementos para a empresa ter sucesso e o cidadão uma renda melhor.