É presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), professor titular do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ/USP, presidente da Fundação Agrisus e membro do Conselho do Agronegócio (COSAG-FIESP)
No penúltimo final de semana, 5,8 milhões de candidatos realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), 1,9 milhão de inscritos não compareceram. Realmente uma mobilização nacional, pois além da tensão dos candidatos, tem a torcida dos familiares e amigos, estão em jogo ideais e projetos de vida, após vários anos de preparação, todos almejam uma vaga nas universidades e a realização de seus sonhos.
Neste provão, chamou-nos a atenção a questão com uma charge na qual o Dr. Ricardo pergunta ao seu cliente: “Porque o Dr. Desconfia que sua mulher tá tentando matá-lo?” A resposta: “Ela me serviu, pimentão, alface e tomate no jantar, e de sobremesa morango e uva”. Na charge há uma crítica ao processo produtivo agrícola brasileiro levando a resposta a alternativa: uso de agrotóxicos nas plantações.
No Brasil os defensivos agrícolas, que são utilizados mundialmente, para proteger as plantações das pragas e doenças e que necessariamente tem que ser analisados e aprovados por três ministérios: da Agricultura, do Meio Ambiente e da Saúde, por meio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Estes produtos tem que ser recomendados por um profissional qualificado para tal.
Certamente, centenas dos estudantes que estavam realizando o ENEM, tinham como opção um curso da área de Ciências Agrárias, e os candidatos de todas as áreas, aguardam a aprovação para a realização do curso de sua escolha. Na finalização dos cursos superiores os formandos fazem o solene juramento de respeito e defesa de toda a comunidade.
É lamentável o desrespeito aos profissionais da área de Ciências Agrárias embutido na charge referente a questão do ENEM. Um sistema de avaliação tem que primar pelo aspecto positivo da formação profissional. Educar é respeitar.